segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Mascots, de Christopher Guest

Mascots, de Christopher Guest
Usado para designar o segmento do falso documentário, o mockumentary foi praticamente cunhado por Christopher Guest a partir no seu envolvimento como roteirista e intérprete de “Isto É Spinal Tap”, produção de 1984 dirigida por Rob Reiner. Ainda que Woody Allen tenha se utilizado de todas as características desse subgênero no clássico “Zelig”, foi Guest quem o tomou para si após um início de carreira atrás das câmeras em produções televisivas.
Ainda assim, por mais que “Esperando o Sr Guffman”, “O Melhor do Show”, “Os Grandes Músicos” e “Por Trás das Câmeras” sejam lembrados e discutidos até hoje, o mockumentary passou por uma repaginada nos últimos 10 anos, sendo usado como instrumento não somente de sátira, mas também de escracho, a exemplo de “Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América” e “Ele Está de Volta”. Guest lamentavelmente não acompanhou essas mudanças, voltando a dirigir após uma década com “Mascots” soando extremamente antiquado.
mascots
Tudo indicava que “Mascots” seria uma nova versão de “O Melhor do Show”, a sua obra-prima, substituindo os casais que inscrevem os seus cães de estimação em um concurso de talentos por anônimos que buscam por alguma glória em uma competição que define o melhor mascote de times esportivos. Grande parte de sua conhecida trupe de comediantes está de volta para uma nova colaboração, sendo acompanhada durante o período de preparação para arrasarem em um palco e serem avaliados por um trio de jurados linha-dura.
Há poucos bons momentos até a “grande final”, geralmente defendidos pelas irmãs Cindi e Laci Babineaux (interpretadas respectivamente por Parker Posey e Susan Yeagley) ou pelo casal em crise vivido por Zach Woods e Sarah Baker. Também causa um desconforto ver outros personagens perdedores como se estivessem diante da maior provação de suas vidas. São êxitos insuficientes de uma comédia ausente do sarcasmo tão característico de Guest, conduzindo em banho maria algo que obterá um resultado insípido e nada compensador. Que as críticas desapontadoras que recebeu o incentive a bolar algo mais incisivo da próxima vez.

Nenhum comentário:

Postar um comentário