sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

#ForçaChape do Guns N’ Roses está emocionando o Brasil e o mundo, assista!

A música Knockin’ on Heaven’s Door do Guns N’ Roses, lançada inicialmente por Bob Dylan, foi inspiração para o vídeo postado hoje (29) na página da banda americana. Em apenas alguns segundos, o vídeo emocionou não apenas o Brasil, mas sim o mundo inteiro ao homenagear o clube Chapecoense após a tragédia ocorrida na madrugada desta terça-feira. 


10 filmes sobre ocultismo que você precisa assistir (ou não)

Segundo o site Casa do Bruxo, o ocultismo (ou ciência oculta) é um conjunto de teorias e práticas cujo objetivo seria desvendar os segredos da natureza e do Homem, procurando descobrir seu aspecto espiritual e superior. Ele trata do que está além da esfera do conhecimento empírico, o que é secreto ou escondido. O ocultismo está relacionado aos fenômenos supostamente sobrenaturais. Ocultismo é um conjunto vasto, um corpo de doutrinas supostamente proveniente de uma tradição primordial que se encontraria na origem de todas as religiões e de todas as filosofias, mesmo as que, aparentemente, dele parecem afastar-se ou contradizê-lo.
O Homem aqui retratado seria um supostamente completo e arquetípico, composto não apenas de corpo, mas também de emoção, razão e alma (como divide a cabala). Segundo algumas tradições ocultistas as religiões do mundo teriam sido inspiradas por uma única fonte sobre-natural. Portanto, ao estudar essa fonte chegar-se-ía a religião original. Muitas vezes um ocultista é referenciado como um mago. Alguns acreditam que estes antigos magos já conheciam a maior parte das descobertas da ciência, tornando estas descobertas meros achados.
É claro que o cinema não ia deixar de retratar histórias sobre o ocultismo, certo? Pensando nisso, resolvemos trazer 10 exemplos de filmes que mostram, de alguma fora, essa ciência oculta. Se você sente interesse no assunto, não deixe de conferir as obras abaixo.

O Caçador de Bruxas (1968) | Michael Reeves

filmes vincent price 17A Inglaterra está dividida em guerra civil, com os monarquistas lutando contra o Partido Parlamentar. Este conflito distrai as pessoas de pensamento racional e permite que os homens sem escrúpulos ganhem poder local e explorem superstições de aldeias. Um desses homens é Matthew Hopkins, que percorre o país oferecendo seus serviços como um perseguidor de bruxas.

O Bebê de Rosemary (1968) | Roman Polanski

bebe de rosemary 4Rosemary e seu marido mudam-se para um novo apartamento em Nova York, onde passam a conhecer um casal de idosos que mora logo ao lado. Esse casal possui modos de agir, e logo invade a privacidade de Rosemary de forma que começa a incomodá-la. Algo há por trás disso tudo e Rosemay, grávida, começa a desconfiar das pessoas, querendo proteger seu futuro filho.

Os Demônios (1971) | Ken Russell

06122016-os-demoniosDurante o violento regime católico que tomava conta da França no século XVII, um convento de freiras sexualmente reprimidas torna-se o centro de uma disputa pelo poder entre o Cardeal Richelieu e o sacerdote que dirige a cidade fortificada, em torno da suposta possessão de uma madre-superiora cujas fantasias com o proeminente sacerdote resultam num dos mais sangrentos episódios da época.

O Homem de Palha (1973) | Robin Hardy

O Homem de Palha 1973Uma jovem garota desaparece misteriosamente. Investigando, o Sargento Howie (Edward Woodward), viaja para uma remota ilha escocesa onde conhece o estranho Lord Summerisle (Christopher Lee) um líder religioso da pequena comunidade que realiza bizarros rituais pagãos.

O Exorcista (1973) | William Friedkin

o exorcista 1973Uma jovem filha de uma atriz é possuída por um demônio, e um padre especialista em exorcismo é chamado para cuidar do caso. Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Som. Foi também o primeiro e único filme de terror da história a ter sido indicado ao prêmio de Melhor Filme.

A Profecia (1976) | Richard Donner

06122016-a-profeciaRobert Thorn, um embaixador norte-americano, troca o bebê natimorto de sua esposa, por outra criança, sem ela saber. Batizado como Damien, o garoto cresce e o pai descobre que ele é a a reencarnação do Anti-Cristo.

Suspiria (1977) | Dario Argento

SuspiriaSuzy é uma jovem americana chega em Fribourg para fazer cursos em uma academia de dança de prestígio. A atmosfera do lugar, estranho e perturbador, acaba surpreendendo a garota. Quando uma jovem estudante é assassinada, Suzy entra em estado de choque. O ambiente fica ainda pior quando o pianista cego da academia morre atacado por seu próprio cão. A jovem descobre que o local já foi a casa de uma bruxa conhecida como a Mãe dos Suspiros.

A Morte do Demônio (1981) | Sam Raimi


06122016-a-morte-do-demonioCinco amigos viajam para uma cabana no meio da floresta em busca de diversão, mas acabam encontrando o Livro dos Mortos – Necronomicon – e libertando o Demônio. Agora os amigos de Ash estão se tornando, um a um, zumbis, e ele mesmo deve lutar para sobreviver, em um cenário bizarro e desesperador.
29112016-paginas

Hellraiser – Renascido do Inferno (1987) | Clive Barker

06122016-hellraiser-renascido-do-infernoLarry e Julia mudaram-se para uma velha casa. Lá descobrem uma horrível criatura, que na verdade é Frank, meio-irmão de Larry e antigo amante de Julia. Frank perdeu seu corpo humano para os Cenobitas, um trio de repulsivos demônios. Uma gota de sangue desperta Frank, que força sua antiga namorada a trazer vítimas para que ele possa novamente reconstituir seu corpo.

De Olhos Bem Fechados (1999) | Stanley Kubrick

eyes-wide-shut-de-olhos-bem-fechadosAlice, curadora de arte, é casada com o doutor Bill Harford. Juntos formam um casal perfeito. Porém, depois de participarem de uma festa, Alice confessa ter tido atração e fantasias sexuais com outro homem, que também estava na festa. Os dois começam a discutir e Bill passa a se perguntar o porquê disto estar acontecendo com ele, então ele vai procurar seu amigo Nick Nightingale, que irá lhe mostrar um mundo de fantasias e jogos sexuais.

10 filmes onde as últimas cenas mudam toda a história

Muitas vezes, na sétima arte, os últimos segundos de um filme podem mudar completamente todo o resto da história, ou então, podem abrir sua mente e mostrar que não era bem aquilo que você estava pensando.
Separamos para vocês, 10 exemplos disso em ótimos filmes. Deixamos apenas as sinopses para que ninguém tome algum spoiler desagradável. Sendo assim, podem ler com calma e, caso ainda não tenha assistido algum filme, pode saber que a última cena é completamente decisiva para a história dessas películas.

Cidadão Kane (1941) | Orson Welles

cidadao kane
Baseado na vida do magnata das comunicações William Randolph Hearst, conhecemos a história de Charles Foster Kane, o homem que construiu um império a partir do nada, mas que vivia uma vida pessoal extremamente ruim. Vencedor do Oscar de Melhor Roteiro, é considerado um dos filmes mais importantes da história.

Solaris (1972) | Andrei Tarkovski

Solaris 1972
Solaris é um planeta distante, que vem sendo constantemente estudado há décadas, e cujo mistério sobre seu oceano ainda não foi esclarecido, nem seus efeitos. Por falta de interesse e resultados, a solarística está morrendo; aliado a isto, os membros na estação espacial que orbita o planeta estão sendo afetados pelo oceano. Por conta disto, o psicólogo Kelvin – conhecido de um dos doutores da solarística e amigo de um dos tripulantes – é mandado para a estação para averiguar a situação. Lá, ele percebe aos poucos que Solaris é, mais que um planeta, um espelho da alma.

Stalker (1979) | Andrei Tarkovski

Stalker
Após a suposta queda de meteoritos numa região do planeta, essa região adquire propriedades estranhas e é chamada de Zona. Dentro da Zona, diz a lenda ter o Quarto, que seria um lugar onde todos os seus desejos são realizados. Temendo que a população invada a Zona à procura do Quarto, o exército a isola, mas eles próprios não têm coragem de entrar nela. Apenas alguns poucos, chamados Stalkers, têm habilidade suficiente para entrar e sobreviver lá dentro. Um dia, um escritor famoso e um físico contratam um Stalker para os guiarem ao Quarto, sem exatamente saber o que procuram.

O Iluminado (1980) | Stanley Kubrick

o iluminado 4

Jack Torrence consegue um emprego de vigia em um hotel no Colorado, durante a temporada de inverno, e leva a sua família para lhe fazer companhia. Devido à baixa temporada e ao isolamento, Jack começa a ter visões e coisas estranhas passam a acontecer naquele lugar assombrado.

Blade Runner, o Caçador de Androides (1982) | Ridley Scott

Blade Runner
Deckard (Harrison Ford) é um Blade Runner, um policial que caça e extermina replicantes, humanos criados artificialmente. Seu desejo é sair da corporação, mas tem que adiar sua decisão quando passa a procurar quatro novos da raça, que Deckard deve procurar em um ambiente sujo e hostil. A dúvida é: quem é realmente humano e quem pode ser replicante num lugar como este?

Videodrome – A Síndrome do Vídeo (1983) | David Cronenberg

04102016-videodrome
O dono de uma pequena emissora de TV (James Woods) resolve ir atrás de uma atração mais subversiva para atrair audiência, quando conhece uma nova filosofia de programa: o Videodrome, cujos criadores possuem ideias bizarras e não-usuais para seu público.

Cidade dos Sonhos (2001) | David Lynch

mulholland drive
Nas avenidas de Los Angeles, verdade é mentira com ilusão. Em torno da indústria do cinema, personagens vivem suas fantasias surrealistas, desejos e esperanças frustradas, como a ingênua Betty (Naomi Watts), que chega do Canadá para se tornar atriz. Ela cruza com Rita (Laura Harring), que acaba de sofrer um acidente e sequer se lembra do seu próprio nome. Betty tenta ajudá-la a descobrir quem é. Em outra parte de Los Angeles, o diretor de cinema Adam Kesher está sendo convencido por dois estranhos irmãos, com pinta de mafiosos, a contratar uma atriz específica para seu filme.

O Universo no Olhar (2014) | Mike Cahill

i origins
Ian Gray é um jovem biólogo molecular. Um dia, ele encontra a bela Sofi, e os dois se apaixonam, mas antes do que imaginava, Ian deve dar adeus à sua amada. Este homem cético passa a pesquisar nos conhecimentos científicos alguma maneira de trazer Sofi de volta. Para isso, ele tem a ajuda de sua colega de trabalho, Karen.

Amor (2012) | Michael Haneke

07122016-amorGeorges e Anne estão na faixa dos oitenta anos. Ambos são professores de música aposentados. Sua filha, que também é musicista, mora no exterior com sua família. Um dia, Anne sofre um derrame e o vínculo amoroso do casal é severamente testado.

O Homem Duplicado (2013) | Denis Villeneuve

O Homem Duplicado
Adam é um professor que leva uma vida monótona até que descobre a existência de Anthony, um ator de pouco destaque que é fisicamente igual a ele. A partir de então passa a buscar obsessivamente seu sósia.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose (Resenha)


“Meticulosamente pesquisado e irresistível… É uma leitura obrigatória não apenas para os fãs de Psicose como também para qualquer um que se interesse pelos bastidores da criação de um filme.” – Anthony Perkins
hitchcock
Não há citação melhor do que a de Anthony, o ator que viveu Norman Bates no clássico Psicose para introduzir uma resenha sobre o livro de Stephen Rebello.
O livro “Alfred Hitchcock and the Making of Psycho” ou Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose que foi lançado em 1990 deu origem ao filme “Hitchcock” de 2012, dirigido por Sacha Gervasi. Ele Vai muito além do que um livro sobre o grande diretor de suspense e uma de suas principais obras (Psicose), mostrando ao leitor todo o universo por trás da construção de um filme, como as dificuldades de produção e divulgação, por exemplo. É fácil ir ao cinema assistir a um filme, difícil é passar por todas as etapas da construção de um longa, ainda mais naquela época.
Além disso, poucas são as pessoas lembradas por realizarem o filme, como o pessoal de maquiagem, do som, figurinistas e etc… e nesse livro, temos o destaque para todo mundo, afinal, sem uma equipe dessas completa, nem metade de um filme teria bom resultado.
As dificultades para o grande mestre Alfred Hitchcock lançar o filme Psicose foram enormes, e ganham destaque no livro de Stephen Rebello. O diretor precisou tirar dinheiro do próprio bolso para fazer a obra acontecer pois ele era um dos poucos que acreditaram no potencial artístico do filme, sem saber que se tornaria um grande clássico do gênero.
Outro ponto interessante que merece destaque sobre o livro, é que podemos perceber e entender um pouco melhor sobre a personalidade de Hitchcock visto por outras pessoas, aquelas que conviveram diretamente com ele durante as filmagens de Psicose. Sem contar, é claro, todas as curiosidades e fofocas retratadas de forma cômica.
Ao ler Alfred Hitchcock e os Bastidores de Psicose, você vai sentir necessidade de assistir ao filme novamente, e não é por menos. Depois de tanta informação ricas em detalhes, sua paixão por este filme que revolucionou a técnica cinematográfica vai aumentar ainda mais.
Entre ainda mais no mundo de Psicose e do cinema com este livro.
23082016-intrinseca psicose alfred

Comprar em:

8.4MUITO BOM
Com certeza melhor do que o filme "Hitchcock". Um livro que merece ser lido por todos que possuem "algo a mais" pelo cinema, ou seja, por todos que amam a sétima arte e estão sempre um passo na frente de apenas um entretenimento ao assistir uma obra.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Minha Mãe é Uma Peça 2 – O Filme, de César Rodrigues

Lançado há mais de três anos, “Minha Mãe é Uma Peça – O Filme” consolidou Paulo Gustavo como um dos grandes comediantes do país. Também pudera: independente da personagem que incorpora, o ator é dono de uma espontaneidade que o faz disparar em segundos um sem número de diálogos francos e ofensivos. Mesmo com o intervalo considerável, a equipe não foi capaz de maturar uma sequência capaz de comportar algum atrativo além do prazer em ver Paulo Gustavo reprisando Dona Hermínia, o seu papel mais querido na tevê, no teatro e agora no cinema.

Creed, de Ryan Coogler

Creed, de Ryan Coogler
Imortalizado na tela por Sylvester Stallone, Rocky Balboa segue lembrado como um dos mais queridos heróis da ficção americana, fruto de sua primeira aparição em “Rocky: Um Lutador”, que traz a representação de um homem comum reajustando a sua vida privada ao mesmo tempo em que era desacreditado enquanto se preparava para uma luta de boxe contra o imbatível Apollo Creed (Carl Weathers). O que veio a seguir, excetuando “Rocky Balboa”, tratou de direcionar o personagem para abordagens menos nobres, mas nada que interferisse o afeto nutrido pelo imaginário coletivo.
Rocky é uma presença secundária em “Creed: Nascido para Lutar”, mas sem ela o diretor e roteirista Ryan Coogler (de “Fruitvale Station: A Última Parada”) estaria em apuros. Nascido na Oakland de 1986, Coogler viu em Rocky Balboa um modelo para se inspirar principalmente em sua determinação em fazer cinema, apresentando a Stallone um argumento que o convenceria a reprisar novamente o seu icônico personagem.
Na superfície, “Creed: Nascido para Lutar” é uma espécie de atualização da base de “Rocky: Um Lutador”. Filho de Apollo Creed, Adonis Johnson (Michael B. Jordan) é bem-sucedido em um emprego burocrático, mas tem uma fúria internalizada que o faz recorrer à mesma atividade da figura paterna que sempre renegou. Obstinado em herdar o título de maior lutador de Creed, Adonis vai ao encontro justamente daquele que foi o seu maior oponente, Rocky, hoje aposentado e gerenciando um restaurante dos subúrbios da Filadélfia.
Creed - Nascido para Lutar (Creed)
Ao convencer Rocky de que ele seria o melhor treinador que encontraria, “Creed: Nascido para Lutar” passa a reprisar também todas aquelas baterias duríssimas de preparo físico tão notórias no filme de John G. Avildsen. Há também o espaço para um interesse amoroso, com Adonis  logo se sentido atraído por Bianca (Tessa Thompson, ótima), uma jovem perdendo paulatinamente a audição que encontra na composição musical um conforto antes de chegar a um estado mais permanente.
Toda essa estrutura reconhecida não impede “Creed: Nascido para Lutar” de obter um resultado igualmente digno, mas é Sylvester Stallone o algo a mais que faz toda a diferença. Não é fácil abrir mão da vaidade para representar um Rocky Balboa no fim de sua carreira, contaminado por uma doença que faz todo o seu vigor se dissipar e os seus dias de vida diminuir. Uma vulnerabilidade com a qual o ator se entrega com uma humildade ímpar e que fará todos os marmanjões que o acompanham até aqui se emocionarem sem reservas.

Daguerreotype review: Slow-burning Paris ghost story conjures Hitchcockian thrills


Dir: Kiyoshi Kurosawa; Starring: Tahar Rahim, Constance Rousseau, Olivier Gourmet, Malik Zidi, Mathieu Amalric. Cert tbc, 131 mins.
Whatever the opposite of jump-scare horror is, Kiyoshi Kurosawa is a master of it. He specialises in what might be called the shadow-scare, or maybe whisper-scare: rather than overwhelming his audience with sudden sensory barrages, he pares everything back, creating a haze of hyper-sensitised dread that makes you crave a dumb thud or shunt just to break the panic. 
Daguerreotype is the first film Kurosawa (director of Pulse and Journey to the Shore, and no relation of his famous namesake Akira) has shot outside of his native Japan. But it’s not so much an exercise in exporting his particular sensibility to a new locale – in this case, the outskirts of Paris – as it is one in finding ways to galvanise it with another style of ghost story.
Different though their manners and mechanisms may be, the French fantastique and Japanese kaidan both ultimately plumb the same subterranean lake of essential anxieties and fears – and the sense of two traditions in swirling synchrony makes Daguerreotype feel simultaneously strange and familiar in a way that makes your flesh creep, whichever angle you come at it from. It’s the uncanny valley of horror technique.
The film begins with Jean Malassis (Tahar Rahim) plodding through the French capital on his way to a job interview. Since his breakout role in Jacques Audiard’s A Prophet, Rahim’s aura of heartthrobbishness has sometimes proven hard to mask, but he’s cunningly restyled here as an earnest dupe – even his haircut seems guileless.
The venue for Jean’s interview is a mouldering mansion in the middle of an otherwise redeveloped banlieue – it’s like a patch of mould inexplicably flourishing in the middle of a concrete plaza. Its owner is Stéphane (Olivier Gourmet), a famous but jaded photographer who’s retreated from the fashion world to work on daguerreotypes, and is looking for an assistant. 
The titular form of early photography was invented in the early 1800s, and is created with enormous silver plates and a camera the size of a sarcophagus. Models have to pose for an hour or longer for the picture to stick – and even then, “atmospheric disturbances appear on the image”, Stéphane ominously cautions at one point, before photographing a deceased baby in its funeral shroud.
But even with living subjects, Stéphane carries out the image-making process with the shadowy solemnity of an occult ritual, naturally in the mansion’s enormous cellar – another one of those great, decaying Kurosawan environments where tension festers and blooms in every crack.
Tahar Rahim in Daguerreotype
Tahar Rahim in Daguerreotype
I say ‘living subjects’, plural, but Stéphane only has one: his 22-year-old daughter Marie (Constance Rousseau), who dresses in period garb and is held in place for the poses with a piece of terrifying apparatus, her arms and back clamped in braces, her head pinched at the back between giant scorpion pincers.
Her eyes are huge and sometimes flicker nervously, which combined with her physical stillness has a supremely creepy effect: she’s like a flesh-and-blood version of one of those haunted paintings that follows you around the room. No wonder Jean is bewitched.
Stéphane claims to be returning to photography’s most primal and essential form, but for Marie something more worrying is going on: as she says to Jean, “he can no longer tell the difference between the living and the dead.”
She should know. Stéphane’s obsession with capturing Marie’s image is related to his complex feelings towards his dead wife, the details of which Kurosawa takes time to fully unpack but which from the off provides the raw material for most of the film’s most unnerving sequences.
In one, he looks out at the lawn and sees his wife apparently standing there in the same blue dress worn by Marie, and the old window-pane’s ripples give her body an ectoplasmic lack of fixity that’s eerier than any special effect.
Olivier Gourmet and Tahar Rahim in Daguerrotype
Olivier Gourmet and Tahar Rahim in Daguerrotype
Contributing to Stéphane’s mental strife are ongoing attempts by a property developer (Malik Zidi) to purchase his mansion, who entices Jean into his confidence with help from Stéphane’s former colleague (an amusingly bumptious Mathieu Amalric), and promises him a lucrative commission if he can somehow produce the necessary signed paperwork. This in turn takes its toll on Jean, his blossoming love affair with Marie, and even the fabric of the film itself.
After a Hitchcock-flavoured interlude involving a very Vertigo-like car journey and Grégoire Hetzel’s string-laden score going full Bernard Herrmann, comes the shivery understanding that what we’re seeing is no longer a representation of the rational, unhaunted world – if such a place ever existed.
You’ll need patience for it to work on you, but all effort’s repaid tenfold, thanks to Kurosawa’s murmur-soft, immaculate craft and a trio of gorgeous central performances: Gourmet railing against the world and his memories, Rahim’s slow-drip, well-intentioned corruption, and Rousseau’s genuinely otherworldly presence – and for once, a critic is using that word to mean something more than blonde and willowy. Take it from Stéphane: even if you daren’t move, atmospheric disturbances are assured. 
Daguerreotype screened at the Tokyo Film Festival 2016, and will be released in 2017.

I’ll See You in Your Dreams, de Brett Haley

Reaprendendo a Amar (I'll See You In Your Dreams)
Ainda que seja dona de uma carreira estável, a veterana Blythe Danner se acomodou em escolhas que não a fizeram variar na ficção, geralmente encarnando a mãe coruja ou a avó recatada. Não à toa, é mais reconhecida como a mãe de Gwyneth Paltrow do que pelo seu próprio nome. Pois foi preciso o jovem diretor Brett Haley reconhecer algo de especial em Danner para finalmente presenteá-la com um papel extraordinário em “Reaprendendo a Amar”, no qual a atriz não é somente o centro das atenções, como também o talento que pulsará o filme a cada segundo.
Professora universitária aposentada, a Carol Petersen de Danner é hoje uma mulher presa a um cotidiano sem atrações, aproveitando o conforto de uma pensão bem generosa deixada pelo seu falecido marido. Sequer as reuniões entre as suas melhores amigas são capazes de agitar as coisas. Por isso mesmo, ela encara como uma tempestade em um copo d’água a intrusão de um roedor em sua residência, logo contando com os serviços do jovem Lloyd (Martin Starr) para dar fim ao novo morador indesejado.
Sem novas figuras batendo à sua porta, Carol visualiza em Lloyd a possibilidade de ter um novo amigo. Como nas melhores relações entre indivíduos pertencentes a gerações bem diferentes, ambos acabam identificando alguns pontos de atração, com ele reconhecendo a importância de se ter alguma estabilidade enquanto ela constata que até os mais velhos devem se permitir a novas aventuras, estas vindo na forma de Bill (Sam Elliott), também um sujeito com a vida feita tentando emplacar uma nova paixão.
Em parceria com Marc Basch, Brett Haley cria um texto afetuoso ao ponto de transcender para fora da tela o prazer que há em testemunhar as interações entre duas pessoas que realmente se completam ao mesmo tempo em que reconhece as etapas finais do ciclo de uma existência com todas as surpresas e decepções presentes nos estágios prévios. Comovente sem abrir mão daquela leveza necessária em recomeços, o resultando ainda amplia o desejo em ver Danner em outros papéis como o de Carol

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Resenha Crítica | Doutor Estranho (2016)

Doctor Strange, de Scott Derrickson
Doutor Estranho (Doctor Strange)
Com o perdão do trocadilho, não há como não reconhecer que “Doutor Estranho” é uma adição incomum dentro do universo Marvel. Personagem desconhecido para aqueles que não têm qualquer afinidade com quadrinhos, o Doutor Stephen Strange está inserido em um contexto fantástico sem muita liga com os cenários habitados pelos componentes que integram os Vingadores, representando uma aposta arriscada do estúdio.
Contrariando algumas expectativas, os fãs e os críticos abraçaram a investida. Além das ótimas avaliações, “Doutor Estranho” já arrecadou mais de 650 milhões de dólares mundialmente, valor superior ao obtido por algumas aventuras individuais de heróis mais do que consagrados como Homem de Ferro, Thor e Capitão América.
A produção também estabelece Benedict Cumberbatch como astro, ainda que o britânico não seja integrado das feições que o faça assumir confortavelmente tal posição. A princípio apresentado como um neurocirurgião tão singular quanto intragável, Stephen Strange se verá pela primeira vez em uma situação desprivilegiada ao sofrer um acidente automobilístico gravíssimo, arruinando especialmente as suas mãos, justamente o seu principal instrumento de trabalho.
Após arranhar a amizade com a sua assistente Christine Palmer (Rachel McAdams), então a única a tolerar o seu temperamento, Strange inicia a busca pelo Ancião a partir de uma pista de Jonathan (Benjamin Bratt), paraplégico que recuperou todo o seu vigor físico após conhecê-lo em Nepal, no Himalaia. Eis que o Ancião se revela nas formas físicas de Tilda Swinton e Strange se verá manipulando ciências que vão além de seu ceticismo.
Também uma escolha nada óbvia para o projeto, o diretor Scott Derrickson embarca em “Doutor Estranho” com toda a bagagem imaginativa avolumada com as suas experiências no terror em títulos como “O Exorcismo de Emily Rose” e “A Entidade”. Trata-se da surpresa mais agradável do filme, pois o seu domínio para a arquitetura dos elementos visuais da narrativa é de longe o que se viu de mais impressionante dentro do universo Marvel no cinema.
Porém, é evidente que Derrickson não está aqui 100% do controle da situação, precisando seguir com alguns protocolos cansativos e já esperados, como a obrigação de alimentar os alívios cômicos além do necessário (tem até piadinha deslocada envolvendo a Beyoncé aqui), a falta de esmero no desenvolvimento de alguns personagens secundários (a talentosa McAdams parece estar aqui só para bater cartão) e a incapacidade de construir um vilão à altura da irreverência de seu protagonista.