quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Intoxicating, provocative, delicious - Amy Adams and Jake Gyllenhaal star in Nocturnal Animals: review

Director: Tom Ford; Starring: Amy Adams, Jake Gyllenhaal, Michael Shannon, Aaron Taylor-Johnson, Isla Fisher, Armie Hammer, Laura Linney. Cert 15, 115 mins.
Susan Morrow (Amy Adams) is the owner of a modern art gallery in Los Angeles who lives in a precisely furnished Beverly Hills mansion and is married to an immaculately dressed millionaire toy-boy played by Armie Hammer. In short, life’s a parade of misery. 
Susan is the lead character in Nocturnal Animals, the elegantly ludicrous – and ludicrously enjoyable – new film from Tom Ford, the fashion designer and director of A Single Man. Or at least, Susan is the lead character of half of it. Like Tony and Susan, the Austin Wright novel on which it’s based, Ford’s film boxes one story inside another initially unrelated-looking one, then lets the latter ooze out and engulf its frame, like a painting that won’t stay put on its canvas. 
Nocturnal Animals: Amy Adams talks weird complimentsPlay!04:50
One morning, Susan receives a parcel from Edward Sheffield (Jake Gyllenhaal), her ex-husband of 19 years ago. It’s the manuscript of the novel he’d always wanted to write – a sun-curdled, Texas-set Lone Star noir called Nocturnal Animals, which Susan takes to bed for the weekend while husband Walker (Hammer) is attending to ‘urgent business’ in New York which entails an extra-marital affair. (In the book, Susan was a part-time teacher and mother of three and Walker a doctor, but come on: this is a Tom Ford film.)
Ford knows that having us sympathise with his heroine is a big ask: “What right do I have to be unhappy?”, Susan quizzes a friend at a house party. “Well, it’s all relative,” she responds with a shrug, though in fact it’s all relatives, plural – and as she scans the pages of her ex-husband’s intensely autobiographical novel, choice morsels of Susan’s familial troubles swish past as if on silver trays you can’t help nibbling from: a little scoop of domineering mother here (Laura Linney, socking her single scene right through the back wall of the cinema), a soupçon of marital betrayal there. 
Amy Adams in Nocturnal Animals
Amy Adams in Nocturnal Animals CREDIT:  MERRICK MORTON
Edward's novel plays out as a film within a film, with Gyllenhaal doubling up as Tony Hastings, a man who takes his wife (Isla Fisher) and daughter (Ellie Bamber) on a road trip, during which they’re tormented, increasingly traumatically, by three beered-up redneck sadists. (The ringleader is played by Aaron Taylor-Johnson in a perfect little haiku of fickle menace.) Later on Michael Shannon arrives, under the shadow of a Stetson, as detective Bobby Andes, a man who “looks into things around here”, as he puts it – and he and Tony do indeed look into a horrific case together, the emotional DNA of which turns out to be intertwined with the seemingly-worlds-away precision of Susan’s gilded LA existence.
Shannon is almost self-caricaturingly (and certainly Oscar-worthily) great here: in the past he’s played roles that have demanded more from him, but none have demanded more Michael Shannon. Yet you sense Ford’s eyes are mostly on the remarkable Adams, who gives Susan a brittle resilience that feels like peak-form Nicole Kidman, but galvanises it with a crispness of expression that’s entirely her own. 
Jake Gyllenhaal in Nocturnal Animals
Jake Gyllenhaal in Nocturnal Animals
In regular exquisite close-ups – often when Susan is doing nothing more than reacting to the manuscript – we watch contradictory feelings washing across her face before Adams brings them snapping to a focal point, landing on the exact essence of the moment.
There’s no question the Gyllenhaal and Shannon sections feel like "the fun bits" as you watch, but it’s the Adams framing story that gives Ford’s film its swoony grandeur – and if Adams finds herself promoted to the Kidman League here, it’s fair to say that Isla Fisher is also bumped up in turn to the Amy Adams tier, and gives an empathetic but also slyly imitative performance as Tony’s fictional wife. For anyone who hasn’t picked up on the Hitchcock parallels thus far, Abel Korzeniowski’s anxious, string-laden score is on hand to pile-drive the point home.
This is all as glintingly unsubtle as the enormous Jeff Koons balloon-dog sculpture on Susan’s front lawn, which is no doubt exactly as Ford planned it – and even the flourishes that feel a little too on-trend always come with a mediating twist. (The opening slow-motion flurry of glitter is right out of The Neon Demon, but the procession of undulating plus-size women with sparklers and pom-poms that follows – think Jenny Saville nudes at a Trump rally – definitely isn’t.)
Everything that works in Nocturnal Animals is intoxicating, provocative, delicious – and happily, so is everything that doesn’t.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Resenha Crítica | O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki

.:: 40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo ::.
Hymyilevä mies, de Juho Kuosmanen
O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki (Hymyilevä mies)
O boxe sempre foi visualizado como o maior dos esportes de superação, evidenciando especialmente na ficção o passado nebuloso de um homem sendo confrontado nos ringues em busca de uma redenção. Exemplares como “Rocky: Um Lutador”, “O Campeão”, “Touro Indomável” e “Menina de Ouro” seguem aclamados na exposição desse valor, ainda que invariavelmente alguns pendam para uma visão mais pessimista das coisas.
Interessado por uma abordagem que rejeita os extremismos americanos, o finlandês “O Dia Mais Feliz da Vida de Olli Mäki” encontra um meio termo entre a glória e o fracasso acompanhando um momento da vida do boxeador Olli Mäki (o excelente Jarkko Lahti, visto em “Pardais”) em que o dilema é sustentar o título de campeão ou priorizar o seu relacionamento com Raija (Oona Airola, graciosa). Portanto, o amor não vem como uma consequência para uma jornada de evolução, mas como um departamento emocional que demanda tanto cuidado quanto a sede por vitória.
Pressionado pelo seu agente Elis Ask (Eero Milonoff) e todos aqueles que o patrocinam, Olli Mäki aceita um tanto a contragosto o desafio de perder aproximadamente três quilos para que possa ser elegível para uma disputa de Peso-Pena. Mesmo dedicando a maior parte do seu tempo em corridas e em permanências em saunas para chegar à forma física desejada, Olli mal consegue mudar o resultado da balança. Talvez uma decorrência de sua vontade em curtir o tempo com Raija, algo impossível com a agenda de reuniões sociais e para a imprensa.
Em sua estreia na direção de um longa-metragem, Juho Kuosmanen parece evitar riscos, concebendo uma narrativa extremamente plana inclusive na exposição de seus conflitos. A decisão acarreta em uma ausência de picos emocionais. Por outro viés, há nela a inteligência de desglaumoriza o universo boxe, enriquecendo um personagem que não se deixa corromper pela ganância e fúria que os cercam. Deu certo e, não à toa, o filme, que venceu o prêmio Um Certo Olhar no Festival de Cannes, já é um dos favoritos pela disputa ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
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Resenha Crítica | A Menina sem Mãos (2016)

La jeune fille sans mains, de Sébastien Laudenbach
.:: 40ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo ::.
A Menina sem Mãos (La jeune fille sans mains)
O momento vem se mostrando propício para a reimaginação de contos infantojuvenis no cinema. Os valores se renovaram e a moral da história se apresenta ao final remodelada. Mas há também aqueles que visualizam as coisas por um prisma mais sombrio, praticamente substituindo a aventura e o romance por uma tragédia com toques macabros.
Baseado em um conto dos irmãos Grimm, “A Menina sem Mãos” recebeu um sem número de variações em todas as mídias possíveis. Pelo francês Sébastien Laudenbach, a história é amparada pela fidelidade ao original e ainda traz o adicional de ganhar vida a partir de uma técnica animada pouco usual, mesmo no cinema europeu do segmento.
Mesmo classificado para todas as idades, não é recomendável que os pequenos acompanhem o enredo sobre uma jovem (voz no original de Anaïs Demoustier) que tem as suas duas mãos cortadas pelo Pai (Olivier Broche) como medida de um pacto com o Diabo (Philippe Laudenbach). A pureza da personagem não permite guardar para si algum rancor, preferindo buscar por um recomeço em outro lugar, reservando como destino um romance com o Príncipe (Jéremie Elkaïm).
A partir de traços minimalistas a pincel, adentramos um universo de fantasia com personagens que se fundem com os ambientes aos quais pertencem ou transitam. A princípio, o resultado causa estranheza, especialmente por estarmos acostumados a uma linha americana de produção, com toda a sua grandiosidade no uso de cores e movimentos. Por isso mesmo, “A Menina sem Mãos” vem a ser aquela experiência especial que os nossos olhos merecem se adequar e finalmente se deleitar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Os Mortos Vivos, de Peter Straub.

Os Mortos Vivos, de Peter Straub.

Os Mortos Vivos foi o primeiro livro de Peter Straub que li. Ouvi falar do autor principalmente devido a sua parceria com Stephen King, nos livros O Talismã e A Casa Negra. Não cheguei a ler tais obras, mas ainda sim resolvi conhecer algo do autor. E não me arrependi. Os Mortos Vivos entrou, facilmente, na lista dos melhores do gênero que já li.

Fala sobre um grupo de velhos (chamada Sociedade Crowder) que se reúne em uma data específica, todos os meses, para se postarem em frente a uma gigantesca lareira e contarem histórias de terror vividas por eles. Tudo vai bem até o momento em que segredos do passado e os próprios fantasmas de suas histórias voltam à tona, com o intuito de destruir não apenas a Sociedade Crowder, mas toda a cidade de Millburn, onde vivem.

O livro é absolutamente poderoso em seu enredo, seus personagens e seu suspense. O texto fluente e o tratamento denso e complexo dos personagens mostram uma inevitável semelhança com Stephen King. O autor também utiliza recursos de metalinguagem. De vez em quando a narrativa passa para o diário de um homem chamado Don Wanderley, que no decorrer da história você irá saber de quem se trata.

Apesar de suas 531 páginas, eu só tenho a lamentar uma coisa: que o livro e a convivência com os moradores de Millburn tenham acabado. Um livro que vale a pena. Para os amantes do terror, não pode faltar na estante.

Nota: 9/10

Autor da resenha: Flávio Assunção Filho




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O CEMITÉRIO, DE STEPHEN KING

O jovem médico Louis Creed se muda com sua família para uma pacata cidade no Maine. Ao conhecer o vizinho Jud Crandall, o médico tem cada vez mais a certeza de que levará uma vida normal com sua família. Um terrível engano. Não muito longe de sua residência, existe um cemitério de animais que esconde a entrada para um outro cemitério. Um cemitério muito estranho, onde os mortos lá enterrados têm o péssimo costume de voltar à vida no dia seguinte – de uma forma um tanto “diferente”! 
Resultado de imagem para O CEMITÉRIO, DE STEPHEN KING

Esse livro é bastante elogiado por muita gente e não é pra menos. É uma história assustadora e o humor negro de Stephen King chega a ser pavoroso. Por muitas vezes pensei se não estava maluco ao rir de certas passagens do livro. É de arrepiar!

Como na maioria dos livros do mestre, a história começa a “esquentar” mesmo do meio pra frente (por isso não dei nota 10), depois que o falecido gato de Louis Creed volta com vida no dia seguinte, mostrando ao seu dono que “às vezes a morte é melhor”. Daí pra frente, o leitor irá mergulhar num mundo completamente estranho, onde o tema principal do livro é acrescentado de várias outras coisas, inclusive algumas passagens que o fará pensar por muito tempo, depois que terminar a leitura – estamos falando também das visitas do espírito Victor Pascow e do drama de Rachel Creed e sua falecida irmã, Zelda.

Pra quem não sabe – poucas pessoas, suponho – o livro virou o filme Cemitério Maldito, dirigido pelo próprio King e depois ganhou uma seqüência (não tão boa quanto a primeira, mas passa). Depois que terminei de ler o livro, fui direto para locadora e peguei o filme. Que decepção! Apesar de ser dirigido por SK, o filme ainda desejou muito a desejar, tanto em termos de história quanto de detalhes. Vale a pena mesmo só para ver o mestre fazer uma “ponta” de padre no filme (detalhe: ele estava rezando a missa de uma personagem que sequer existe no livro).

No mais, é um livro que vale a pena. Toda vez que olho para ele na minha estante, fico imaginando a passagem pela qual Louis Creed e Jud Crandall passaram quando foram enterrar o gato no cemitério Mic-Mac. Com certeza, aquele era o último lugar – naquele horário – em que eu gostaria de estar nesse mundo!

Nota: 8/10



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