segunda-feira, 14 de agosto de 2017

1984


George Orwell

1984-7A mais renomada obra do inglês George Orwell fala de um presente no futuro.
Para compreendê-la é necessário recorrer a algum fatos histórico dos sistemas políticos, contraditórios e ao mesmo tempo convergentes, quanto ao totalitarismo usado na União Soviética e na Alemanha.
Stalin e Hitler se completavam, apoiados por grande parte da população.
Os que não compartilhavam das suas ideias foram enxotados, executados, deportados, presos ou submetidos a privações.
A obra cujo título seria 1948, ano em que foi escrita, por exigência dos editores, foi alterada para 1984. Ou seja, o presente tornou-se futuro.
As observações a respeito dos acontecimentos, apresentados como ficção, resumem o descontentamento do autor a respeito das formas como os seres humanos eram tratados pelas grandes potências e aceitas, com leniência, pelos blocos geoeconômicos.

Peças de um jogo

O autor critica as práticas utilizadas pelos regimes totalitários, ao tratar o indivíduo como uma peça do jogo criado para servir ao Estado.

Aparência de verdade

Em várias ocasiões, o protagonista da história, Winston Smith, chama a atenção para ações que desmontam fatos reais e os apresentam com características aparentemente verdadeiras, entretanto não passavam de nova roupagem, utilizada para ajudar a consolidar o poder.
“As vantagens imediatas de falsificar o passado eram óbvias, mas a razão profunda era misteriosa.”

Teletelas

1984-3O protagonista, membro do Partido, sentia-se constantemente vigiado pelas chamadas teletelas e era colocado à prova da sua concordância quanto às práticas de manipulação, opressão e tortura usadas na manutenção do sistema político.
Para o Partido o que o indivíduo achava ou deixava de achar pouco importava, a norma devia ser seguida sem questionamentos.
“O Partido não está preocupado com a perpetuação de seu sangue, mas com a perpetuação de si mesmo. Não importa quem exerce o poder, conquanto que a estrutura hierárquica permaneça imutável.”

Lavagem cerebral

1984-2Qualquer atitude suspeita, significava o fim do indivíduo. Alguns eram submetidos a lavagem cerebral, outros simplesmente desapareciam.
“Um dia desses, pensou Winston, assaltado por uma convicção profunda, Syme será vaporizado. É inteligente demais. Vê as coisas com excessiva clareza e é franco demais quando fala. O Partido não gosta desse tipo de gente. Um dia ele vai desaparecer. Está escrito na cara dele.”

Romantismo poético

1984-4Apesar da angustia representada no texto, fruto da opressão e do controle exagerado, o autor arrumou espaço para o romantismo poético.
Descreve um ambiente onde, Smith, teve um encontro íntimo com Júlia, contrariando o Partido em relação à prática sexual com prazer.
Winston avançava pelo caminho em meio a um mosqueado de luz e sombra, pisando em poças douradas sempre que os galhos das árvores se distanciavam um dos outros. Sob as árvores à esquerda, o solo era um nevoeiro de jacintos. O ar parecia beijar a pele. Era dia dois de maio. De algum lugar mais para o interior do bosque vinha o arrulho de torcazes.”
A obra, ainda atual, chama a atenção para a vigilância dos fatos, tendências políticas e o uso do poder.
Recomendadíssima a leitura!

Onde comprar

1984 – Livraria Saraiva
1984 – Americanas
1984 – Extra

George Orwell (Eric Arthur Blair)

george-orwell-1Nasceu em Motihari na Índia, no ano de 1903. O seu nome verdadeiro é Eric Arthur Blair.
Completou seus estudos na Universidade de Eton.
Aos 19 anos entra para a Polícia Imperial Britânica. Passou muitos anos entre a Índia e a Birmânia. Revolta-se com o imperialismo inglês. Considera seu passado vergonhoso, e por isso muda seu nome.
Trabalha como operário de fábrica em Paris e depois como professor primário em Londres. Assim, sente pela primeira vez a opressão da classe trabalhadora. Neste contexto ele começa a escrever.
Participa da Guerra Civil Espanhola, em 1936, lutando ao lado do P.O.U.M. (Partido Obrero de Unificación Marxista).
George Orwell era a favor das classes sociais baixas e se decepcionou com os Partidos Comunistas da época, fiéis aos ditames de Moscou. Considerado um anti-stalinista, não pelo socialismo, mas contra todo o tipo de totalitarismo.
Escreveu Na pior em Paris e Londres, A flor da Inglaterra, Dias na Birmânia, O caminho para Wigan Pier, A Revolução dos Bichos, entre outros títulos.

Referência bibliográfica

Orwell, George, 1903 – 1950
1984 / George Orwell; tradução Alexandre Hubner, Heloisa jahn; posfácio Erich Fromm, Ben Pimlott, Thomas Pynchon. – São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
414p.
Título original: 1984
INBN 978-85-359-1484-9
1. Romance inglês I. Fromm, Erich, 1900-1980. II. Pemlott, Bem 1945 – 2004. III. Pynchon, Thomas, 1937 – IV. Título.
(R)

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