Leon Tolstói
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A futilidade, a intolerância, o zelo moral e a busca desmedida do reconhecimento, além da valorização profissional são questionados no momento que o homem se depara com o sentimento de finitude e a real proximidade da morte.
A morte como processo
O processo da morte, por ser único e diferente para cada ser humano, não abarca experiências pessoais que possam servir de subsídio para o entendimento do fato.
Ivan Ilitch, personagem escolhido, por Tolstói, para retratar a fase final da vida, busca entender o porquê do sofrimento exacerbado e duradouro que antecede à morte, experimentado por algumas pessoas enquanto outras passam por processos rápidos e menos sofridos.
Há causas que determinem o sofrimento ou a sutileza?
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É possível nos preparar para minimizar os efeitos do sofrimento ou seremos, sempre, pegos de surpresa?
Ignorar, a morte, é uma escolha para fugir da realidade finita ou ela se presta como esperança para postergação à prova final da vida?
O sofrimento se apresenta como um acerto de contas contrapondo-se à futilidade escolhida pelo homem ou ele, o sofrimento, oferece oportunidade para a liberação das amarras que o cercam durante a sua existência?
Os valores contribuem com o processo?
O protagonista se depara com uma realidade entediante: viveu em busca de valores que não ajudaram a suportar os momentos que antecederam à morte e não consegue identificar nada que pudesse auxiliá-lo a concluir como seria a vida que poderia ter experimentado.
A angústia por esta busca cresce no momento que Ivan Ilitch se aproxima da morte e passa a considerar a esposa e a filha com estorvos, capazes de impedirem uma visão realista do processo, sentindo-se mais confortável na companhia de um servo, que se dedica à ele sem exigir nada em troca.
O texto, irretocável e riquíssimo em questionamentos.
Trata-se de um intenso depoimento da perspectiva da morte.
Envolve sentimento de perda e, ao mesmo tempo, de libertação ao tomar consciência dos apegos equivocados.
Leon Nikolaievitch Tolstói
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Ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e ideias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e em proximidade à natureza.
Foi um dos melhores escritores da literatura russa do século XIX.
Suas obras mais famosas são Guerra e Paz, A Morte de Ivan Ilitch e Anna Karenina.
Morreu aos 82 anos, de pneumonia, durante uma fuga de sua casa, buscando viver uma vida simples.
Referência bibliográfica
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A Morte de Ivan Ilitch/ Leon Nikolaievitch Tostói; tradução Vera Karam. – Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.
122p.; 18 cm. – (Coleção L&PM POCKET; v.16)
ISBN 978-85-254- 0600-2
1. Ficção russa – novelas. I. Título. II. Série
(R)
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