Marina and the Diamonds

Nascida no País de Gales em 1985 como Marina Lambrini Diamandis, Marina and the Diamonds (os diamantes são os fãs, já apontou) teve uma longa jornada antes de lançar em 2010 “The Family Jewels”, o seu primeiro álbum e ainda inédito no Brasil. Encontrando a vocação na adolescência ao frequentar as aulas de música de uma escola somente para meninas, Marina veio como uma grande aposta no cenáriopop independente, hoje consolidada com uma discografia que inclui “Electra Heart” (2012) e “Froot” (2015).
Hoje mundialmente conhecida, Marina desembarca no Brasil após a sua ausência na penúltima edição do Lollapalooza, justificada com os problemas mecânicos do avião que tomaria para o nosso país, deixando inconsoláveis centenas de fãs que compareceram ao festival apenas para vê-la. Como forma de compensação, Marina fará duas apresentações neste fim de semana. A primeira acontece amanhã, sexta-feira, às 23h30 no Audio Club. Já a segunda é no próprio Lollapalooza, disputando o público de ninguém menos que Eninem em um palco paralelo.
Desde que ouvimos “Hollywood” pela primeira vez, não pudemos desgrudar os nossos ouvidos de Marina and the Diamonds. Por isso mesmo, saímos um pouco da editoria de cinema para selecionar e comentar brevemente, sem ordem de preferência, sobre as nossas músicas favoritas da artista, cujo primeiro show em nosso território estamos ansiosos para prestigiar.

# 1
Hollywood

Prevendo a ascensão no cenário musical, mas já se precavendo dos excessos do sucesso, Marina faz uma crítica mordaz sobre os artificialismos da fama, visualizando caos no desembarque no endereço mais almejado por aqueles que desejam se tornar públicos. É um comentário que só vem a somar a uma música que não se furta do convite para ser celebrada.

#2
Oh, No!

“Oh, No!” prossegue com as intenções ditadas em “Hollywood” e “Mowgli’s Road” – esta, embora não presente em nossa lista, é também genial. Vem como o testemunho de uma artista mais interessada em se expressar artisticamente do que as consequências que isso trás, como fama e dinheiro. Há grandes achados, como “A TV me ensinou o que sentir. Agora a vida real não tem nenhum apelo“, e o clipe, que homenageia a estética do pop-art,  prova as boas referências que a galesa carrega.

# 3
Numb

A voz angelical de Marina está presente com força nesta que talvez seja a melhor de suas canções dramáticas. A sensação de ouvi-la é a mesma de flagrar a si mesmo no fundo de um poço e ainda assim encontrar o seu próprio brilho interior como uma escalada para a superação. “Numb” também marca o primeiro crédito de Marina no cinema, sendo a canção usada na conclusão do filme “Relação Mortal“, de Mary Harron.

# 4
Teen Idle

Se “Electra Heart” foi duramente criticado por trazer Marina flertando com o comercial com canções “fáceis” como “Primadonna” e “How to Be a Heartbreaker” (gravada quando o lote britânico já tinha sido despachado), “Teen Idle” a traz em uma atmosfera mais próxima de suas raízes, em um registro amargo e incrivelmente verdadeiro sobre a adolescência e todos os seus pesares oriundos do processo de construção da própria identidade. Os horríveis anos sendo uma tola. A juventude não foi feita para ser bela?

# 5
Hypocrates

Os instrumentos musicais, como a guitarra, o teclado e a bateria, parecem emular aquelas baladas irresistíveis de festas de debutantes, uma roupagem ideal para uma letra sobre como nos diminuímos ao posicionar uma paixão em um pedestal. Eu estou tão doente e cansada de toda sua pregação. Quem é você para me dizer quem devo ser?

# 6
Radiactive

“Primadonna” é um barato, mas Marina errou ao seguir a recomendação de seus produtores de selecioná-la como o principal single de “Electra Heart” ao invés de “Radioactive”. Com críticas mistas, o álbum encontra as suas principais virtudes nesta composição, que revela a genialidade por trás da construção da fictícia Electra e todos os seus arquétipos, sendo “Radioactive” uma sequência de “Fear and Loathing”. A batida influenciada pela música eletrônica oitentista é viciante.

# 7
Buy the Stars

“Buy the Stars” é muito associada com “Numb”, já citada nesta lista. Também presente no ato final do álbum, Marina é acompanhada apenas pelo piano em uma letra sobre a procura do amor próprio. Uma belíssima melodia lamentavelmente pouco lembrada e presente apenas na versão deluxe não lançada no Brasil de “Electra Heart”.

# 8
Happy

Em uma escolha ousada, “Happy” vem a ser a canção que inaugura “Froot”, sendo a faixa-título a segunda presente neste terceiro álbum da cantora. Espécie de encontro da felicidade após uma peregrinação interna com a tristeza como terreno, “Happy” é também um momento em que a vertente lírica de Marina assume o protagonismo, com a interferência mínima de instrumentos.

# 9
I’m a Ruin

Fruto de um relacionamento mal-sucedido, “I’m a Ruin” traz a cantora como a face “inimiga” de uma experiência amorosa, talvez não consolidada apenas com dois componentes e movida por egoísmo e abandono. Eu vou arruinar, sim, vou te arruinar. Tenho feito coisas que não deveria fazer.

# 10
Blue

Se “Happy” é uma canção movida por um tom melancólico, “Blue” faz uma inversão de intenções, contrariando o título com uma das faixas mais animadas de “Froot”. É mais uma prova da genialidade da cantora e compositora, famosa em subverter os sentimentos que se transformam em matéria-prima
fonte: http://cineresenhas.com.br/2016/03/10/as-10-melhores-musicas-de-marina-and-the-diamonds/