sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Os 10 Melhores Filmes de 2016

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Geralmente, começamos a pensar em nossos favoritos do ano no fim do primeiro trimestre do ano seguinte com o Prêmio Review, em que comentamos o que de melhor vimos no cinema a partir de algumas categorias. No entanto, o extenso planejamento pessoal já traçado para 2017 nos fez repensar o formato de apresentação para otimizar o tempo sem necessariamente comprometer a qualidade do conteúdo.
Dito isso, acreditamos que esta véspera de ano novo seja a ocasião perfeita para compartilharmos os nossos filmes favoritos de 2016. Além do tradicional top 10, também destacamos outras quarenta produções que nos marcaram de maneiras diferentes. Já no topo dessa publicação, há disponível um clipe modesto que produzimos trazendo trechos de alguns dos filmes citados a seguir.
Obrigado pela visita e tenha um 2017 espetacular!
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Brooklin (Brooklyn)
#50. Sr. Sherlock Holmes, de Bill Condon
#49. Sing Street, de John Carney
#48. O Silêncio do Céu, de Marco Dutra
#47. Body, de Małgorzata Szumowska
#46. Kubo e as Cordas Mágicas, de Travis Knight
#45. O Que Está Por Vir, de Mia Hansen-Løve
#44. Divinas, de Uda Benyamina
#43. Um Caso de Família, de Tom Fassaert
#42. Hush – A Morte Ouve, de Mike Flanagan
#41. A Ovelha Negra, de Grímur Hákonarson
#40. Brooklin, de John Crowley
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Os Oito Odiados (The Hateful Eight)
#39. Invasão Zumbi, de Yeon Sang-Ho
#38. O Mestre dos Gênios, de Michael Grandage
#37. A Vingança Está na Moda, de Jocelyn Moorhouse
#36. Amor & Amizade, de Whit Stillman
#35. Trumbo – Lista Negra, de Jay Roach
#34. O Retorno de John Henry, de Jon Cassar
#33. Assumindo a Direção, de Isabel Coixet
#32. De Longe te Observo, de Lorenzo Vigas
#31. Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino
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Meu Rei (Mon roi)
#30. Nise: O Coração da Loucura, de Roberto Berliner
#29. Amor Para a Eternidade, de Zhang Yimou
#28. Reaprendendo a Amar, de Brett Haley
#27. Desafiando a Arte, de Jason Bateman
#26. O Tesouro, de Corneliu Porumboiu
#25. No Fim do Túnel, de Rodrigo Grande
#24. Memórias Secretas, de Atom Egoyan
#23. De Palma, de Noah Baumbach e Jake Paltrow
#22. Agnus Dei, de Anne Fontaine
#21. Meu Rei, de Maïwenn
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Ninguém Deseja a Noite (Nobody Wants the Night)
#20. O Homem nas Trevas, de Fede Alvarez
#19. O Convite, de Karyn Kusama
#18. Espaço Além: Marina Abramovic e o Brasil, de Marco del Fiol
#17. O Bebê de Bridget Jones, de Sharon Maguire
#16. Ninguém Deseja a Noite, de Isabel Coixet
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Joy - O Nome do Sucesso (Joy)
#15. Rua Cloverfield, 10, de Dan Trachtenberg
#14. Docinho da América, de Andrea Arnold
#13. Invocação do Mal 2, de James Wan
#12. Rastro de Maldade, de S. Craig Zahler
#11. Joy – O Nome do Sucesso, de David O. Russell
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O Quarto de Jack (Room)

#10. O Quarto de Jack, de Lenny Abrahamson +

Cineasta irlandês, Lenny Abrahamson parece ter se renovado em “O Quarto de Jack” em comparação ao mediano “Frank”. Principalmente ao confiar em Emma Donoghue para adaptar o seu próprio romance, “Quarto”, publicado no Brasil pela editora Verus. Toda a descrição necessária à literatura é suprimida para atender a uma linguagem que prima por estratégias para enriquecer personagens e os recursos visuais que o contexto permite.
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Tangerine

#09. Tangerine, de Sean Baker +

É no uso de um sentimentalismo moderado de contextos barras-pesadas que faz “Tangerine” ter um coração que pulsa. As estratégias de Sean Baker são evidentes, apropriando-se da comédia para trazer acessibilidade ao público ao mesmo tempo em que planeja um movimento em que tudo deverá ruir e talvez se reerguer. Encontra a beleza de seres marginalizados e os respeita ao permitir um respiro que os façam reavaliar os espaços que ocupam e a companhia para enfrentar o dia seguinte.
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Coração de Cachorro (Heart of a Dog)

#08. Coração de Cachorro, de Laurie Anderson +

Desenhos em movimento, justaposições, registros captados pelos mais variados suportes e uma narração terna formam um panorama reflexivo universal a partir da ideologia budista de Anderson para aplacar a tristeza de uma existência que segue testemunhando vários finais ao seu redor. Uma tristeza que Anderson não autoriza que a consuma até a vinda de seu próprio fim.
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Aquarius

#07. Aquarius, de Kleber Mendonça Filho +

Além da contribuição inestimável de Sonia Braga, Clara expõe outras dimensões quando problematizada pelo texto, tendo em seu encalço uma figura de grande influência tentando persuadi-la ao mesmo tempo em que os abismos sociais são deflagrados em uma Recife com territórios literalmente demarcados. Trata-se do investimento em um discurso que dá ao todo um excesso que poderia ser eliminado, mas que não nos faz desviar do principal atrativo de “Aquarius”: os valores de gerações que se atraem ou se repelem a partir da defesa de seus interesses particulares.
Spotlight - Segredos Revelados (Spotlight)

#06. Spotlight – Segredos Revelados, de Tom McCarthy +

Redimindo-se da comédia “Trocando os Pés”, Tom McCarthy volta a fazer um registro dramático mais condizente com uma filmografia composta pelos ótimos “O Agente da Estação”, “O Visitante” e “Ganhar ou Ganhar – A Vida é um Jogo”. Apoiando-se principalmente na parceria com Josh Singer no roteiro, na montagem de Tom McArdle e no elenco que prioriza o senso de trabalho coletivo em detrimento do brilho individual, McCarthy realmente desglamouriza a profissão ao avaliar as consequências no âmbito privado.
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Decisão de Risco (Eye in the Sky)

#05. Decisão de Risco, de Gavin Hood +

Os sucessos de “A Hora Mais Escura” e “Homeland” parecem ter inaugurado um novo momento para os ditos “filmes/seriados de guerra”. Os embates armados seguem usando como palco os territórios ocupados por soldados e civis. No entanto, há aqueles que são resolvidos à distância, em salas com acesso restrito em que ações são tomadas por um sem número de autoridades que acreditam deter o “olhar de Deus”. Esse momento em que a tecnologia se sobrepõe à ação é enfatizado no título original de “Decisão de Risco” – olho no céu.
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Cinco Graças (Mustang)

#04. Cinco Graças, de Deniz Gamze Ergüven +

Em sua estreia na direção de um longa-metragem, Deniz Gamze Ergüven poderia facilmente transformar o roteiro que escreveu em parceria com Alice Winocour em um panfleto feminista, recorrendo a uma moral sentimental. O resultado obtido é completamente diferente, pois sabe que é a dureza, essa vontade de não suavizar o que é naturalmente cruel, que faz emergir as discussões sobre a posição da mulher em um cenário de repressões.
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Elle

#03. Elle, de Paul Verhoeven +

A excentricidade da personagem, confirmada em seu silêncio e em outras posturas injustificáveis (como a de destruir o para-choque de Richard antes de encontrá-lo e o de se relacionar com o marido de sua melhor amiga), sugere que Verhoeven, a partir do texto de David Birke (“Os 13 Pecados”), não está interessado em fazer um manifesto sobre a violência contra a mulher, uma abordagem que muitos visualizam mais pelo potencial comercial em tempos de empoderamento e menos por sua força discursiva. Michèle é uma pessoa tão ou mais perigosa que o seu assediador.
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Magical Girl, A Garota de Fogo (Magical Girl)

#02. A Garota de Fogo, de Carlos Vermut +

Neste thriller recheado de reações desconcertantes, quando não extremas, há tudo que dignifica um grande filme. Desde o princípio, Carlos Vermut estabelece uma relação de cumplicidade com o público ao confiar em sua inteligência. Portanto, em “A Garota de Fogo”, nós vemos o que é preciso ser visto, enquanto as lacunas são preenchidas com a imaginação que esse quebra-cabeça propõe.
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The Lobster
#01. O Lagosta, de Yorgos Lanthimos +

Em distopias, o amor surge como o instrumento de salvação de um planeta que ruma para o fim da humanidade. Em “O Lagosta”, essa máxima é revirada. Estaria o amor realmente presente na repetição das convenções, que padroniza a constituição de uma família como o alcance da felicidade plena? Estamos todos condicionados a compartilhar um lar e a intimidade com aqueles que nos interessam por mera compatibilidade ou por sentimentos que superam as distinções vigentes?
É uma surpresa que uma premissa repleta de tantas estranhezas consiga transcender com questionamentos que não apenas nos dizem respeito, como contaminam o nosso âmago, trazendo ainda uma conclusão desconcertante e desesperançosa que revê as contradições complexas de um ser humano por traz de suas decisões, regidas mais pela necessidade de preenchimento do que por amor. É um alívio que Yorgos Lanthimos não tenha recuado nem um pouco na autoria que imprime em seu cinema ao elevá-lo a um novo patamar em um idioma não materno.

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