quarta-feira, 1 de março de 2017

[Crítica] Logan (2017)

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“Num futuro próximo, um Logan cansado cuida de um Professor X debilitado, escondido na fronteira mexicana. Mas as tentativas de Logan de esconder-se do mundo e de seu legado acabam quando um jovem mutante chega, perseguida pelas forças sombrias”.
A história do filme se passa no ano de 2029, quando as vidas de Logan (Hugh Jackman) e Charles Xavier (Patrick Stewart) se veem cruzadas com a de Laura (Dafne Keen). Um incidente trágico ocorreu e fez com que os mutantes começassem a entrar em extinção. Logan está cansado e em crise por não se sentir disposto a cuidar de mais mutantes. Contudo, as semelhanças entre ele e Laura não são poucas, de modo que acabe sendo criado um vínculo maior entre a Arma-X e a X-23. É uma parte interessante de ser analisada, porque nos mostra um futuro de certa forma apocalíptico em que a raça mutante pode vir a não existir mais.
A franquia X-Men, como sempre, apresenta furos na cronologia, então é necessário assistir ao filme como algo independente dos outros, para não ficar embolado na hora de tentar juntar os fatos que aconteceram. Pode haver uma confusão com a personagem Lady Letal, que apareceu em X-Men 2. Nos desenhos e em alguns quadrinhos, a Lady Letal é uma inspiração para a X-23, mas, nesse filme, a X-23 é focada na história de Laura Kinney.
Laura, assim como Logan, se mostra bastante traumatizada com a situação em que vive e os riscos que corre, mas a sua força é imensa e semelhante à do homem. Ela consegue derrotar aqueles que cruzam o seu caminho, sem hesitar lutar quando se vê na necessidade disso. É uma personagem incrível, que cativa o público logo em suas primeiras cenas.
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Há referências às HQs o tempo inteiro. Inclusive, as HQs estão presentes dentro da história e servem como pano de fundo para o desenvolvimento da história.
As sequências de ação são excelentes, fazendo o espectador se empolgar sempre que entram em cena as garras de Logan e Laura. Vemos uma nova dinâmica, em que está presente um Wolverine velho e afetado, e um Charles Xavier que apresenta dificuldades para manter os seus controles psíquicos e definha aos poucos. O espectador consegue sentir o drama e a dificuldade dos personagens em continuarem sobrevivendo e lutando contra a morte.
Logan é o décimo filme da franquia X-Men e é uma adaptação inspirada na história em quadrinhos chamada Velho Logan. É também o último filme de Hugh Jackman, trazendo um marco final emocionante e épico à trajetória do Wolverine que aprendemos a amar.

[CRÍTICA] Um Limite Entre Nós.

 

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Anos 1950. Troy Maxson (Denzel Washington) tem 53 anos e mora com a esposa, Rose (Viola Davis), e o filho mais novo, Cory (Jovan Adepo). Ele trabalha recolhendo lixo das ruas e batalha na empresa para que consiga migrar para o posto de motorista do caminhão de lixo. Troy sente um profundo rancor por não ter conseguido se tornar jogador profissional de baseball, devido à cor de sua pele, e por causa disto não quer que o filho siga como esportista. Isto faz com que o jovem bata de frente com o pai, já que um recrutador está prestes a ser enviado para observá-lo em jogos de futebol americano.
Indicado a quatro Oscars, a adaptação da peça homônima da Broadway, Um Limite Entre Nós, sustenta-se primeiramente por seus diálogos. Com duração de mais de duas horas, e aparente uso da tática de teatro filmado, fazendo desuso de grande produção, sem seus diálogos marcantes no meio de tanta conversação rotineira o filme não seria nada. Principalmente consolidados pelas atuações memoráveis de seus protagonistas.
Não sou fã do Denzel, inclusive acho que muitos de seus filmes são a mesma coisa com nomes diferentes, mas não há como negar sua atuação impecável no filme. Tomando conta de cada frame, sua presença é palpável; principalmente pelo enredo girar em torno de seu personagem, Troy, típico provedor familiar dos anos 1950 de pensamento retrógrado, onde sua maior responsabilidade é simplesmente suprir necessidades da casa — que não engulo de jeito nenhum, mas não ofusca sua atuação. Sua intensidade e o modo como o personagem é apresentado lhe davam minha sincera torcida pelo Oscar de Melhor Ator, infelizmente não recebido.
Entretanto, a maior estrela do filme é, absolutamente, Viola Davis. Sua personagem, Rose, fica responsável pelo papel de mãe apaziguadora e compreensiva que aceita ficar em segundo plano por seu imenso amor pelo marido e, justamente pelo imenso foco em Denzel, ela agarra cada mísera chance de brilhar com unhas e dentes e alça voo sem precisar de mais nada. No momento em que essa crítica vai ao ar ela já ganhou o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, único vencido pelo filme, que, mesmo tendo torcido muito pela Naomie Harris de Moonlight, foi muito merecido.
Um único ponto relativamente negativo é a tradução do título. Se adaptado literalmente de seu original, Fences, chamando-se Cercas, consentiria mais naturalmente com a mensagem proposta. Os conflitos entre Troy e seu filho, Cory, interpretado por Jovan Adepo, giram em torno de ambos construírem um cerca literal em volta da casa onde vivem, e ao longo do filme são apresentadas metáforas ligadas diretamente a isso, que teriam ligação mais proveitosa se bem traduzido.
Um Limite Entre Nós, ou Cercas se concordarem comigo, é a perfeita representação das pessoas comuns. Os ordinários que ficam em segundo plano, os que mais se parecem coadjuvantes em suas próprias vidas. Com muito falatório, interações humanas e, frisando o máximo possível, atuações maravilhosas, este é um filme que evidencia talento acima de tudo. Talvez você não saia do cinema dando muita bola para a história em si, mas, com certeza, sairá maravilhado por esses atore