POR ANDRÉ GAZOLA
Hoje trago a você um resumo daquela que é considerada a mais perfeita tragédia já escrita, que influencia, ainda hoje, o mundo em que vivemos e que serviu de inspiração para a famosa teoria do complexo de Édipo, de Freud. Escrita por Sófocles, provavelmente no ano de 427 a.C, Édipo Rei é um grande clássico da literatura ocidental.
O rei Édipo, preocupado com a terrível maldição que recaíra sobre Tebas, envia seu cunhado, Creonte, para o oráculo de Apolo, em busca de orientação.
Creonte, ao retornar, informa Édipo que a maldição acabaria apenas quando o assassino de Laios — o antigo rei de Tebas, morto, vários anos antes em uma encruzilhada — fosse encontrado e punido.
Assim, Édipo passa a dedicar-se inteiramente à tarefa de investigar quem teria sido o assassino de Laios. Ele começa por interrogar diversos cidadãos sobre o fato ocorrido, incluindo um profeta cego chamado Tirésias, que diz a Édipo que ele mesmo, o atual rei de Tebas, teria matado Laios.
Édipo fica atordoado com essa horrível notícia, mas sua esposa Jocasta pede para ele tranquilizar-se, uma vez que profetas já erraram anteriormente — conta como exemplo a história do filho dela com Laios, cujo oráculo previu que mataria o próprio pai e desposaria a mãe. A profecia não aconteceu, segundo ela, porque quando a criança ainda era bebê, foi dada pelo rei para ser morta por um camponês.
A história de Jocasta não conforta Édipo. Quando criança, um velho o teria informado que ele era adotado e estava predestinado a matar seu próprio pai e deitar-se com a mãe. Além disso, certa vez, em seu caminho para Tebas, Édipo matara um homem em uma encruzilhada, o que soa muito semelhante à história da morte de Laios.
Então, Jocasta implora a Édipo para não vasculhar ainda mais seu passado, porém seu pedido é ignorado ferozmente. O rei questiona mais pessoas, incluindo um mensageiro e um camponês que saberiam melhor sobre a história de como Édipo fora abandonado e adotado por uma família de Corinto.
Em um momento de elucidação que marca, provavelmente, o momento mais trágico da história da literatura ocidental, Jocasta percebe que, na verdade, é a mãe de Édipo e que Laios era seu pai. Horrorizada com o que acontecera, ela tira a própria vida. Logo em seguida, o próprio Édipo percebe a verdade, de que ele é o assassino do próprio pai e marido de sua própria mãe. Também horrorizado com seus atos, ele fura seus olhos e exila-se de Tebas.
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