segunda-feira, 17 de abril de 2017

Resenha Crítica | A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (2017)

Ghost in the Shell, de Rupert Sanders
Em uma contemporaneidade na qual a tecnologia avançou ao ponto de viabilizar a confecção de robôs com capacidade de obedecer a muito mais que uma dúzia de comandos, os laços da realidade com a ficção científica andam se estreitando cada vez mais. Baseado tanto no mangá de 1989 escrita por Masamune Shirow quanto no longa animado de 1995, “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell” trata essencialmente dessa questão, ambientando a sua história em um futuro indeterminado, mas próximo.
Interpretada por Scarlett Johansson, a protagonista Major é a primeira de sua espécie, com uma anatomia robótica denominada como uma “concha” que abriga o “fantasma” de um ser humano. No caso, o cérebro de uma jovem que teria sido uma das vítimas de uma explosão e que agora recebe a sua segunda chance para servir a um propósito maior.
Com a parceria de Batou (Pilou Asbæk) e a supervisão de Aramaki (Takeshi Kitano, que não se presta a falar em inglês), Major lidera uma missão para interromper os crimes cibernéticos de Kuze (Michael Pitt), que estaria se infiltrando como um hacker na consciência de humanos constituídos de ciber-cérebros. Porém, o curso dessa caçada a reconecta com o seu eu anterior, o qual desconhecia por apenas ter fragmentos de memórias.
Mesmo não debutando do modo mais promissor com “Branca de Neve e o Caçador”, o inglês Rupert Sanders prova que é dono de um apuro estético dos mais arrojados, recriando um cenário futurístico à lá “Blade Runner”. Além da imaginação para apontar abismos sociais, dos edifícios periféricos aglutinados à uma metrópole tomada por hologramas gigantes, impressiona a caracterização de personagens, como as gueixas robôs que cometem um ataque terrorista.
Porém, o deslumbre visual, por vezes comprometido por um excesso de profundidade de campo que borra a bela cenografia digital, não reduz o fator humano tão importante em premissas como a de “A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”. Mesmo polêmica, a escalação de Scarlett Johansson não traz prejuízos para um elenco essencialmente globalizado (com destaque para a francesa Juliette Binoche e a romena Anamaria Marinca em um papel que merecia ser mais amplo), correspondendo dramaticamente ao peso de se viver em um contexto no qual até mesmo a nossa consciência é ofertada e manipulada.
Data:
Filme:
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
Avaliação:

Um comentário:

  1. O estilo em que a história está definida me lembra muito Blade Runner, talvez por causa de todo o cyberpunk que gira em torno de ambas as histórias. Na minha opinião, foi um dos mehores filmes distopicos que foi lançado. Gostaria que vocês vissem pelos os seus próprios olhos. Se ainda não viram, deveriam e se já viram, revivam a emoção que sentiram. O filme superou as minhas expectativas, o ritmo da historia nos captura a todo o momento. Eu recomendo totalmente.

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