Realizador de curtas como “Os Sobreviventes”, “A Felicidade Chega aos 40” e “Netuno”, Daniel Nolasco debuta na direção de documentário em longa-metragem partindo de um registro particular, acompanhando três irmãos (que são seus primos de segundo grau) durante um breve período em férias pela região dos Paulistas para reencontrar os seus pais. Mas há um comentário que se tece a partir do fato de todos os três viverem na urbana Catalão.
Trata-se do fim que se aproxima de um ambiente rural, sustando por uma velha geração que se apequena e abandonada pelas mais jovens que vislumbram um futuro além do trabalho braçal e da dificuldade de acesso aos bens da cidade grande. Porém, outros fenômenos que contribuem para um fim que inevitavelmente se aproxima são os avanços da monocultura agrícola e da exploração dos recursos hídricos.
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A questão em “Paulistas” é que Nolasco nunca estabelece um vínculo do espectador com Samuel, Vinícius e Rafael. Tanto que afora a imagem emblemática na qual cada um é introduzido, portanto rifles em mãos com uma bala disparada contra um velho televisor, nada se comunica aqui, revelando uma tendência cada vez mais habitual no documentário brasileiro de acreditar que a mera observação nada intrusiva basta para se construir um filme.
Bem melhor é o resultado obtido por Marcus Vinicius Vasconcelos em seu “Quando Os Dias Eram Eternos”. Neste curta experimental produzido em rotoscópio tem em comum com “Paulistas” – a Sessão Vitrine Petrobrás o exibirá antes do documentário – o não dito e esse encontro com gerações, com o diferencial de que aqui é obtido com mais sucesso aquela sensação de que se está falando com afeto sobre conexões familiares e a dor do fim.
Autor:
Alex Gonçalves
Data:
Filme:
Paulistas + Quando Os Dias Eram Eternos
Avaliação:
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