Life: Um Retrato de James Dean é insosso e vazio.
Ficha técnica:
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Ben Kingsley, Kristian Bruun, Peter Lucas, Lauren Gallagher
Nacionalidade e lançamento: Eua, Reino unido, Canadá, Alemanha, Austrália, 2015 (21 de julho de 2016 no Brasil)
Direção: Anton Corbijn
Roteiro: Luke Davies
Elenco: Robert Pattinson, Dane DeHaan, Ben Kingsley, Kristian Bruun, Peter Lucas, Lauren Gallagher
Nacionalidade e lançamento: Eua, Reino unido, Canadá, Alemanha, Austrália, 2015 (21 de julho de 2016 no Brasil)
Sinopse: Dennis Stock é um fotografo freelancer que mesmo sem muito prestígio aposta em tirar fotos de um promissor, mas ate então desconhecido, ator: James Dean. Dean vive o lançamento de um longa estrelado por ele enquanto aguarda o convite para o próximo.
A historia aqui contada, com as devidas licenças poéticas caras às adaptações, ocorreu em meados da década de 1950. James Dean foi um ator que esteve em longas como Vidas Amargas (1955), Juventude Transviada (1955) e várias séries, tudo em um curto espaço de 5 anos – dada a prematura morte. O foco em Life é o olhar que Dennis Stock ( Robert Pattinson), um fotógrafo em ascensão, tem sobre o jovem ator.
Aí reside um dos problemas do longa. O coprotagonismo acaba enfraquecendo ambas as figuras. Não há o aprofundamento necessário nos anseios de cada um, dificultando a empatia com o público. Salvo em um momento de James e o sobrinho no sofá da família, todas as outras vezes que tal laço, entre publico e personagens, é tentado, narrativamente falha.
Mesmo que tudo em volta de ambos não tivesse viço, a relação entre os protagonistas poderia sustentar uma história. Contudo, ela acaba sendo uma das partes menos interessantes aqui. O primeiro encontro deles é fortuito, mas pueril. A marcação de um segundo soa forçada e absurda. A partir daquele instante, com 5 minutos de exibição, Life se rompeu para mim e não mais se recuperou.
Por falta de fundamentar melhor em tela o que viria a ser o convívio da dupla, todos os momentos posteriores carecem de um estofo. Há uma divertida cena em um bar que fica solta. Uma outra, em um trem, onde James narra o próprio passado de forma emocional, acaba ficando expositiva e desinteressante – para o publico e para Pattinson que ouvia tal relato. E no final, um acontecimento na janela tem zero força dramática. E a ultima cena é piegas e até mal filmada.
Separados, James e Dennis, arranham um algum arco. O fotógrafo tem ex-mulher e um filho que vê pouco. O ator tem que lidar com os poderosos do estúdio, como o senhor Warner. Mas o ritmo do longa não ajuda aqueles pedaços se conectarem e terem o resultado esperado – de dar um background da vida pessoal da figuras que estamos vendo.
Dennis Stoke tem que deixar de lado um final de semana com o filho para trabalhar no Japão. Ok, seria justificável tal atitude dada a manutenção do emprego. No entanto ele larga tudo, filho e Japão, para entrar em uma viagem com Dean – mesmo após uma recusa de financiamento (ora, ele não alegara problemas financeiros? Então como arranja dinheiro e, principalmente, arrisca-se naquela empreitada?).
Esse é só um dos exemplos de como o roteiro desenvolve mal o contexto (que já havia, como falei, problemas desde o início). O ritmo só piora a sensação de “nada”. A história, quando há – se é que há, soa arrastada e truncada. O começo, acelerado demais na apresentação, desemboca em um segundo ato que não sai do lugar, mesmo com os personagens quase sempre em movimento. A resolução é abrupta sem um clímax devido – o corte final poderia ser dado umas 4-5 vezes antes.
E as atuações…. bem as atuações…. nula de um lado e projeto de caricatura de outro. A cara monotônica de Pattinson torna o personagem ainda mais desinteressante. Dane DeHaan, demasiado intimista, tem uma falta de cadência na fala que irrita. Química é uma palavra inexistente aqui. Não acreditamos na “amizade” (a ponto de eu precisar de aspas para defini-la como tal) e tampouco nas motivações.
Life: Um Retrato de James Dean possui uma boa fotografia transitando em vários tons e cenários. O design de produção nos remete muito bem à época. Os dois elementos são os de mais sucesso – talvez únicos – e passam uma verdade. Todavia, obviamente, não são suficientes para sustentar o equívoco geral em roteiro, direção, montagem e atuações. James Dean um rebelde talentoso e “a cara de um novo movimento”, aqui gerou um filme careta, mal executado e esquecível.
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