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“A Garota de Fogo” pode ser somente o segundo longa-metragem na carreira de Carlos Vermut, mas a rigidez com a qual concebe planos e o teor provocativo do texto que assina são virtudes de fazer muito veterano coçar a cabeça. Concentrando-se em quatro personagens, Vermut tece uma teia que mais se assemelha a um quebra-cabeça, às vezes nos fazendo encaixar peças em lugares indevidos até que a narrativa cuide de nos exibir algo surpreendente e chocante.
Mas a principal virtude de Vermut é mesmo a de priorizar o poder da sugestão, ofertando ao público caminhos em que a nossa própria imaginação dá conta de especular sobre os destinos, a exemplo das torturas que Bárbara (Bárbara Lennie) aparentemente se submete ou a infância conturbada desta com o professor Damián (José Sacristán). Também misterioso, seu terceiro longa, “Quién te cantará”, tem previsão de estreia para o fim deste ano na Espanha. Mal podemos esperar pra ver!
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