Divertido, empolgante e emocionante, O Rei do Show é o filme que este final de ano precisava.”
Ano: 2017 |
Título Original: The Greatest Showman |
Dirigido por: Michael Gracey |
Avaliação: ★★★★★ (Excelente) |
Como todos sabemos, o final de ano desperta em nós algo diferente. O lado emotivo aflora, as reflexões são inevitáveis, a gratidão, o balanço, as metas. Um fechamento de ciclo obrigatório, ainda que simbólico, que atinge até a mais cética das pessoas. E é justamente essa aura mística que circunda o filme dirigido pelo novato Michael Gracey, e estrelado por Hugh Jackman, Zac Efron e Zendaya.
Longe de ser o maior espetáculo já visto, como o próprio nome da canção inicial sugere, mas extremamente competente, o filme peca nos clichês e na romantização de um personagem historicamente controverso (Phineas Taylor Barnum), mas é extremamente eficaz ao realizar o que o cinema almeja: divertir o público.
Indo direto ao ponto, e começando por onde se deve começar em um filme musical, é importante mencionar que as canções desse filme são empolgantes e no ponto certo por um motivo: são assinadas pela dupla Pasek & Paul, de La La Land. Desde de The Greatest Show, A Million Dreams e This Is Me (esta última um lindo ode aos excluídos e marginalizados pela sociedade), as letras e melodias são imersivas e fundamentais para cada momento do filme em que se encaixam, e para arrebatarem os telespectadores de um jeito único.
Os atores, por seu turno, contribuem e muito para que a emoção das canções seja refletida na tela. Não é de hoje que Hugh Jackman mostra que é talentoso em cada sentido da palavra como ator. O australiano dança, se expressa sem exageros e canta como poucos. É notório como filmes musicais lhe caem bem (vide Os Miseráveis), e como ele se sente à vontade em gêneros mais teatrais. Zac Efron e Zendaya mostram que viraram atores de respeito, e que cresceram para além do título teen e do selo Disney. Rebecca Ferguson, no papel da linda cantora Jenny Lind, também dá um show à parte ao trazer conturbação emocional para a trama.
Seria injusto falar que Michelle Williams representa o ponto fraco do longa, pois também está muito bem, mas foi quem menos se destacou, ofuscada pelos supracitados atores e pela fantástica Keala Seetle, a icônica mulher barbada.
Por mais que muitos telespectadores façam o papel de James Bennet, amargo crítico do jornal New York Herald e ferrenho perseguidor do protagonista Barnum, o objetivo desse filme, amplamente exposto pelo próprio Barnum em um de seus diálogos com Bennet, é divertir. Bennet dizia que o espetáculo bizarro de Barnum não era arte, e sim um circo. Da mesma maneira, muitos dirão que O Rei do Show é um filme pastelão, água com açúcar e que não inova no que já se viu em outros filmes do gênero. E tudo bem, pois cada um tem sua opinião. Mas quem disse que esses são os requisitos para que um filme seja bom?
Assim como as pessoas que foram ao espetáculo circense de Barnum e o adoraram e saíram sorrindo e satisfeitas, quem for ao cinema sem grandes pretensões megalomaníacas e amargura irá aproveitar o que este filme tem de melhor a nos ensinar: aproveitar o presente, desfrutar o momento, e nenhum minuto a mais. Nas palavras da canção que serve de prelúdio ao filme:
“Don’t fight it, it’s coming for you, running at ya. Just surrender ‘cause you feel the feeling taking over.
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