sexta-feira, 6 de novembro de 2015

[Crítica] Aliança do Crime

Aliança do Crime 1
Em 1975, o gângster James “Whitey” Bulger controla quase todo o crime organizado no sul de Boston, liderando o chamado Winter Hill Gang. A trama, que adapta o livro de Dick Lehr e Gerard O’Neil, acompanha Bulger ao longo de três décadas, indo de criminoso comum a líder de um dos maiores grupos da máfia de Boston. Em paralelo, vemos sua colaboração com o amigo de infância e agente do FBI John Connoly (Joel Edgerton) e sua transformação em um informante superprotegido.
Existe uma tendência nos filmes de máfia em se transformarem em uma sequência metafísica de dissertações morais construídas em cima dos conflitos ideológicos dos protagonistas em suas ações, mas o diretor Scott Cooper (Coração LoucoTudo Por Justiça) consegue fugir da habitual relação entre protagonista e audiência, nos apresentando uma personificação do estereótipo cruel e maléfico de mafioso que, surpreendentemente, se apresenta de forma completamente fresca.
Por essa razão, Bulger foge da caricata figura que Johnny Depp construiu para si mesmo com o passar dos anos. Controlado, seguro e maduro, o ator se apresenta de forma nunca antes vista. E é nesse registro que ganha notabilidade, sempre sendo uma ameaça, um psicopata que não se importa com os meios, apenas com os fins.
Aliança do Crime 3
A verídica história de como um gângster qualquer foi “promovido” a rei do crime de Boston pelo FBI é intrigante ao extremo, mas a falta de um melhor posicionamento narrativo é prejudicial. O filme parece, em todo o tempo, se deslumbrar mais com a figura de Bulger do que com as inúmeras críticas e comparações cabíveis dentro da história em relação à eterna política de intervenção dos EUA.
Mesmo com elenco bem afinado – embora mal aproveitado pelo foco no personagem de Bulger -, não fosse Depp mostrando que ainda tem muito a oferecer, Aliança do Crime seria apenas mais um filme genérico sobre a máfia, ignorado pela maior parte do público e rumando para o esquecimento, o que é incabível considerando o peso da história.
texto de autoria de Matheus Mota


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