sexta-feira, 6 de novembro de 2015

FILME: Madonna

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Drama de longas duas horas de duração, Madonna consegue trazer à luz uma história rasa, apesar de começo e sinopse promissores, exatamente por apontar para inúmeros bordões pobres, abraçando de modo catastrófico quase todos os conceitos de colapsos humanos possíveis em uma pessoa só.
O início da trama faz óbvia referência ao nascimento através de cenas na água que tentam emular de modo tosco o visto em O Segredo das Águas, ainda que não haja uma mão tão esmerada quanto a de Naomi Kawase na direção. A realização de Su-Won Shin é pretensa demais e evoca questões comuns ao universo tipicamente feminino. No entanto, apela cedo demais para o limite físico e emocional de suas personagens.
A narração dos fatos se dá através dos olhos da enfermeira Hye-rim (Seo Young-Hee), que já em seu dia de estreia tem contato com horrores limítrofes, ao verificar um esquema corrupto que envolve fatos claramente inerentes à vida, mas que são soltos dentro da trama, como um solitário dente de leite prestes a cair. O micromundo apresentado trata de modo caricato a prostituição, fortificando o conceito de tabu e escolhendo (tolamente) uma visão moralista, distante inclusive da ausência de maniqueísmo que costuma habitar o cinema sul-coreano.
Ao encontrar a ex garota de programa (grávida) Madonna (Kwon So-hyun), Hye-rim se vê “sem saída”, com justificativas completamente gratuitas para realizar uma invasão de privacidade. A condição de stalker, que poderia gerar na protagonista uma máscara de anti-herói, não resulta em qualquer profundidade, já que todas as saídas de roteiro resultam em covardia.
As menções a situações graves, como educação castradora e cultura de estupro, esbarram em uma trama rocambolesca, que se finda em choques injustificáveis e que não causam qualquer susto, exceto pela péssima construção dos mesmos. Todo o potencial de complexidade só faz seu espectador entristecer-se diante do fracasso ao contar uma história que poderia transgredir muito, mas que só repete erros comuns a filmes bem mais caros que este.
Nota:


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