segunda-feira, 26 de setembro de 2016

[RESENHA] MAGÔNIA POR MARIA DAHVANA HEADLEY


ISBN: 9788501105882
Série: Magônia, vol. 1
Tradução: Alda Lima
Ano de Lançamento: 2016
Número de Páginas: 308
Editora: Galera Record
Classificação: ♥♥♥♥♥
Sinopse: Uma fantasia original com ótimos personagens, complexidade emocional e um universo fantástico. Aza Ray nasceu com uma estranha doença incurável que faz com que o ato de respirar se torne mais difícil. Aos médicos só resta prescrever medicamentos fortes na esperança de mantê-la viva. Quando Aza vê um misterioso navio no céu, sua família acredita que são alucinações provocadas pelos efeitos do medicamento. Mas ela sabe que não está vendo coisas, escutou alguém chamar seu nome lá de cima, nas nuvens, onde existe uma terra mágica de navios voadores e onde Aza não é mais a frágil garota enferma. Em ''Magônia'', ela não só pode respirar como cantar. Suas canções têm poderes transformadores e, através delas, Aza pode mudar o mundo abaixo das nuvens. Em uma brilhante e sensível estreia no gênero young adult, Maria Dahvana Headley constrói uma fantasia rica em nuances e cheia de simbolismo.

Surpreendente e original. Se tem adjetivos que possa usar para definir este livro, seriam estes. Comecei a leitura com muitas expectativas, pois estava louca para ler, mas todas foram superadas e fui fisgada nas primeiras linhas. Primeiro, pela narrativa maravilhosa de Maria Dahvana Headley, depois, pelo desenrolar da trama. Ao final? Espera aí que eu chegou lá!

Uma doença rara, misteriosa e incurável. Pulmões que não funcionam direito. Dificuldade em respirar, como se fosse se afogar com o ar a qualquer momento. Um coração totalmente fora do lugar na caixa torácica. Remédios. Pele azulada, lábios ressecados, idas e vindas ao hospital. Mais idas do que vindas. Isso tudo faz parte da vida de Aza Ray, uma garota de dezesseis anos nada normal. Tudo o que ela conhece é dor e sofrimento.


Mas Aza tem um amigo, e ele faz tudo parecer menos... pior? Jason. Sim, ele sempre esteve ao seu lado. Sempre, secretamente, buscou uma cura. Sempre a fez rir com piadas sem graça, ou contando histórias que parecem ter saído de uma enciclopédia. Eles têm até um jogo, contar pi, e ver quem chega mais longe. Jason sempre esteve por perto.

Apaixonados. Um pelo outro. Secretamente.

Tiro do bolso o pedaço de papel que Jadon me deu e fico olhando para ele. Ele não tem permissão de me fazer querer continuar viva. Eu { } você mais do que [[[{{{(( ))}}}]]].

Então um dia, em meio a uma estranha tempestade, Aza vê velas e o casco de um navio a desbravar os céus. Escuta seu nome sendo sussurrado através do vento. Estaria enlouquecendo? Talvez. Afinal, toma tantos remédios. Jason não acredita muito, mas começa a contar histórias sobre uma tal de Magônia. Sobre um povo que vive nos céus e que se transformaram em lendas, contos, mistério, medo, devaneio e alucinação no decorrer da história da humanidade. Fantasia. Poderia, mesmo, existir algo tão extraordinário, escondido entre as nuvens no céu?

Mais uma tempestade. Aza é assombrada por centenas de pássaros. Um deles entra em seus pulmões. Aza passa mal. Na ambulância, no caminho do hospital, rodeada por seu pai, sua irmã e Jason, Aza morre. E parte para o céu. Literalmente.

Pássaro no meu peito. Pássaro no meu peito. Navios no céu. Últimos momentos antes de morrer.  

Quando acorda, se vê em meio a um mundo fantástico e inimaginável. Em meio ao que parece um sonho, mas é muito real! E descobre, finalmente, quem é. Ou quem ela sempre foi. Ou será que o que ela era é o seu eu mais sincero e verdadeiro.

Sou matéria escura. O universo dentro de mim está cheio de alguma coisa, e nem a ciência consegue ter ideia do que seja. Sinto como se fosse feita quase inteiramente feita de mistérios.

Magônia conta uma história extraordinária. É um livro de fantasia original e empolgante, com muitas nuances, reviravoltas, simbolismos e mistérios. Cheia de navios que voam entre as nuvens, homens-pássaro, baleias-tempestade, canções cheias de poder e magia. Com muitos elementos que tornam o]a leitura prazerosa: drama, aventura, romance. A narrativa, quase poética, crua, em muitos momentos mordaz e irônica, franca e visceral, sob o ponto de vista de Aza. Apaixonada, determinada, profunda, vivaz, sob o ponto de vista de Jason. Me encantou.

Ao final? Me  vi completamente encantada e apaixonada por Magônia, pelos diálogos bem construídos, pelos personagens cativantes, pelo mundo deslumbrante que a autora desnudou diante dos meus olhos.

Ainda não me encaixo. Meu coração está metade na terra, metade nas nuvens. 

Queria contar tudo para vocês. Cada detalhezinho que me fez adorar esta leitura. Mas, então, estragaria as surpresas que vão se revelando a cada passar de páginas. E não quero estragar essa magia. Só posso dizer que esta, com certeza. foi uma das melhores leituras do ano, e que estou ansiosíssima pela continuação!

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