O texto é desenvolvido com base na afirmação filosófica de que o passado e o futuro não existem.
A clareza como o autor desenvolve o tema permite a reflexão sobre questões que levam o indivíduo a assumir a vida que não é a sua, imaginando retroceder no passado e projetando um futuro inexistente.
A clareza como o autor desenvolve o tema permite a reflexão sobre questões que levam o indivíduo a assumir a vida que não é a sua, imaginando retroceder no passado e projetando um futuro inexistente.
Realidade distorcida
As mudanças sugeridas, certamente, influenciarão na percepção de novos valores, responsáveis pela alteração nos relacionamentos e no bem-estar das pessoas.
Este estado de espírito é inibido devido à obscuridade imposta pelo ego.
Quantas vezes já ouvimos das pessoas que nos cercam a citação a respeito do Agora?
São muitas as justificativas para alteração do comportamento a respeito do futuro.
Algumas passaram por situações de risco de vida, outras romperam com relacionamentos duradouros, sobreviveram a crises financeiras ou encontram-se com idades avançadas.
Todas entendem que o Agora é determinante para usufruírem daquilo que construíram no passado.
Vale lembrar, para entendimento da questão, que o passado e o futuro não existem.
O autor chama a atenção para o fato de que a nossa mente psicológica se encarrega de impedir o bem-estar.
Exerce a influência do nosso ego e impede a nossa percepção do Agora.
Em vez do Agora a mente psicológica nos remete ao passado e ao futuro como forma de evitar a percepção do Ser.
Mente psicológica
Para nos precavermos da influência da mente psicológica precisamos observá-la de forma crítica e analítica identificando para onde ela pretende nos levar.
Seria um exercício de distanciamento de algo que nos incomoda.
A destreza dessa percepção permite nos manter no Agora, todas as vezes que a mente psicológica tentar influenciar nas ações baseadas no passado e no futuro, como sempre o faz.
O sucesso está em considerarmos que a mente psicológica não é parte de nós, mas, algo responsável por manter o ego sempre no comando das nossas ações.
O excesso de futuro nos traz como consequências o desconforto, a ansiedade, a tensão, o estresse e a preocupação.
O excesso de passado acarreta o sentimento de culpa, arrependimento, ressentimento, injustiça, tristeza e amargura.
Sendo assim, a convivência com a mente psicológica, atuando nestes dois contextos, impede o bem-estar sentido na convivência com o Agora.
“Por que o Agora é a coisa mais importante que existe? Primeiramente, porque é a única coisa. É tudo o que existe. O eterno presente é o espaço dentro do qual se desenvolve toda a nossa vida, o único fator que permanece constante. A vida é agora. Nunca houve uma época em que a nossa vida não fosse agora, nem haverá. Em segundo lugar, o Agora é o único ponto que pode nos conduzir para além das fronteiras limitadas da mente. É o nosso único ponto de acesso à área atemporal e amorfa do Ser.”
“Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no Agora. Nada jamais irá acontecer no futuro, acontecerá no Agora. O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um Agora anterior. Quando nos lembramos do passado, reativamos um traço da memória e fazemos isso Agora. O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente. Quando o futuro acontece, acontece como sendo o Agora. Quando pensamos sobre o futuro, fazemos isso no Agora. Obviamente o passado e o futuro não têm realidade própria.”
“Enquanto o ego dirige a nossa vida, não conseguimos nos sentir à vontade, em paz ou completos, exceto por breves períodos, quando acabamos de ter um desejo satisfeito. O ego precisa de alimento e proteção o tempo todo. Tem necessidade de se identificar com coisas externas, como propriedades, status social, trabalho, educação, aparência física, habilidades especiais, relacionamentos, história pessoal e familiar, ideais políticos e crenças religiosas. Só que nada disso é você.”
O medo
O autor trata o medo como uma algo fora de um contexto real, até porque ele pode ser resumido a uma projeção mental de algo que não aconteceu e poderá nunca vir a acontecer.
Difere de situações reais nas quais se apresentam dificuldades que requerem atenção específica para gestão.
“A doença psicológica do medo não está presa a qualquer perigo imediato concreto e verdadeiro. Manifesta-se de várias formas, tais como agitação, preocupação, ansiedade, nervosismo, tensão, pavor, fobia, etc. Esse tipo de medo psicológico é sempre de alguma coisa que poderá acontecer, não de alguma coisa que está acontecendo neste momento. Você está aqui e agora, ao passo que a sua mente está no futuro. Essa situação cria um espaço de angústia. E caso estejamos identificados com as nossas mentes e tivermos perdido o contato com o poder e a simplicidade do Agora, essa angústia será a nossa companhia constante. Podemos sempre lidar com uma situação no momento em que ela se apresenta, mas não podemos lidar com algo que é apenas uma projeção mental. Não podemos lidar com o futuro.”
Projeções do futuro
Sobre o tempo psicológico o autor classifica com uma doença mental.
Considera que muitas das projeções feitas a respeito da busca do futuro ideal levam os indivíduos a cometerem atrocidades e manifestações coletivas desastrosas, ao apostarem em um suposto bem maior, no futuro, acreditando que o fim justifica os meios.
“O fim é uma ideia, um ponto na mente projetado no futuro, quando a salvação, sob a forma de felicidade, satisfação, igualdade, libertação, etc., será alcançada. Muitas vezes, os meios para atingir o fim são a escravidão, a tortura e o assassinato de pessoas no presente.
Por exemplo, estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas foram assassinadas para promover a causa do comunismo e levar a um “mundo melhor” na Rússia, na China e em outros países. Esse é um exemplo terrível de como uma crença em um paraíso no futuro cria um inferno no presente.”
Por exemplo, estima-se que cerca de 50 milhões de pessoas foram assassinadas para promover a causa do comunismo e levar a um “mundo melhor” na Rússia, na China e em outros países. Esse é um exemplo terrível de como uma crença em um paraíso no futuro cria um inferno no presente.”
Sem padrões
O autor propõe a observância constante da mente psicológica, cujo ego impede o comando da vida, sem padrões e condicionamentos mentais que possam dificultar vivenciar o Agora. Lembra que ao nos aproximarmos da morte renunciamos ao ego e a verdade aparece de forma despojada e leve.
Por que meditar
Para os que ainda não possuem familiaridade com a meditação o autor descreve o processo e sugere a prática durante 10 a 15 minutos. Posso assegurar que a prática libera a mente para as atividades diárias, promove o equilíbrio psicológico e ajuda a manter boas relações interpessoais.
Aventure-se!
Experimente uma, duas, três ou mais vezes até obter, com a prática, facilidade do processo!
Aventure-se!
Experimente uma, duas, três ou mais vezes até obter, com a prática, facilidade do processo!
Como meditar
“Providencie para que não haja distrações externas, como telefonemas ou pessoas que possam interromper. Sente-se em uma cadeira, mas não encoste. Mantenha a coluna ereta. Isso ajuda a ficar alerta. Você também pode escolher uma posição favorita para meditar.
Certifique-se de que o seu corpo está relaxado. Feche os olhos. Respire profundamente algumas vezes. Sinta a respiração na parte inferior do abdômen. Observe como ele se expande e se contrai levemente, a cada entrada e saída do ar. Depois, tome consciência de todo o campo de energia interior do seu corpo. Não pense a respeito, apenas sinta-o. Ao fazer isso, você retira a consciência do campo da mente. Se ajudar, visualize a “luz” que descrevi anteriormente.
Quando você não encontrar mais obstáculos em sentir o corpo interior como um campo único de energia, descarte, se possível, qualquer imagem visual e se concentre apenas na sensação. Se possível, descarte também qualquer imagem mental que você ainda tenha do corpo físico. O que sobrou é uma abrangente sensação de presença ou “existência” e uma percepção de um corpo interior sem fronteiras. A seguir, concentre sua atenção mais fundo nessa sensação. Forme uma unidade com ela.
Junte-se de tal modo ao campo de energia que você não mais perceba a dualidade entre o observador e o observado, entre você e seu corpo. A separação entre o interior e o exterior também se dissolve nesse momento, e, assim, não existe mais um corpo interior. Ao entrar profundamente no corpo, você transcendeu o corpo.
Permaneça nessa região do puro Ser pelo tempo que você se sentir bem. Depois, retome a consciência do corpo físico, da sua respiração, dos sentidos, e abra os olhos. Observe o que está à sua volta por alguns minutos, em um estado meditativo, isto é, sem dar nome a nada, e continue a sentir o corpo interior enquanto faz isso.”
Permaneça nessa região do puro Ser pelo tempo que você se sentir bem. Depois, retome a consciência do corpo físico, da sua respiração, dos sentidos, e abra os olhos. Observe o que está à sua volta por alguns minutos, em um estado meditativo, isto é, sem dar nome a nada, e continue a sentir o corpo interior enquanto faz isso.”
Eckhart Tolle
Pseudônimo de Ulrich Leonard Tolle nasceu em Lünen, na Alemanha, em 16 de fevereiro de 1948.
É escritor e conferencista, residente no Canadá.
Depois de se formar pela Universidade de Londres, tornou-se pesquisador e supervisor da Universidade de Cambridge.
Aos 29 anos, depois de vários episódios depressivos, passou por uma profunda transformação espiritual, dissolveu sua antiga identidade e mudou o curso de sua vida de forma radical.
Os anos seguintes foram dedicados ao entendimento, integração e aprofundamento desta transformação, que marcou o início de uma intensa jornada interior.
Escreveu O Poder do Agora (2001), A prática do poder do agora: meditações, exercícios e trechos essenciais (2002), A voz da serenidade (2003), Um novo mundo: despertar para a essência da vida (2007), Guardiões do ser (2009) e O silêncio no mundo: lições do retiro de Findhorn (2011).
Referência bibliográfica
Tolle, Eckhart, 1948-
O poder do agora [recurso eletrônico] / Eckhart Tolle [tradução de Iva Sofia Gonçalves Lima]; Rio de Janeiro: Sextante, 2010.
Recurso digital
Tradução de: The power of now
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Multiplataforma
Modo de acesso:
ISBN 978-85-7542-631-9 (livro eletrônico)
1. Vida espiritual. 2. Livros eletrônicos. I. Título.
O poder do agora [recurso eletrônico] / Eckhart Tolle [tradução de Iva Sofia Gonçalves Lima]; Rio de Janeiro: Sextante, 2010.
Recurso digital
Tradução de: The power of now
Formato: ePub
Requisitos do sistema: Multiplataforma
Modo de acesso:
ISBN 978-85-7542-631-9 (livro eletrônico)
1. Vida espiritual. 2. Livros eletrônicos. I. Título.
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