E quanto a você, quais foram os melhores filmes de 2015? No Letterboxd, também publicamos um top 50.
Força Maior (Force Majeure)

# 10. Força Maior, de Ruben Östlund

Vencedor do prêmio Um Certo Olhar na última edição do Festival de Cannes e lamentavelmente ignorado no Oscar na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, “Força Maior” busca tanto por panorâmicas de paisagens naturais e gélidas como representações da natureza do protagonista como também por planos que o capturam à distância, forçando uma pequenez que parece caçoar de sua masculinidade. Os suecos são ótimos em retratar as suas fraquezas sem qualquer reserva e as coisas não são diferentes para Tomas, nos fazendo criar uma empatia por um homem inegavelmente patético. +
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A Tribo (Plemya)

# 9. A Gangue, de Miroslav Slaboshpitsky

Além de exigir que o público saia de sua zona de conforto ao contar uma história que se comunica com a apropriação de ferramentas pouco usuais, “A Gangue” também não o poupa ao fazer um registro barra-pesada sobre o submundo europeu que não deixa ninguém incólume. Figuras geralmente retratadas em tom piedoso, os surdos-mudos se veem aqui tão errantes e vulneráveis quando os indivíduos que verbalizam com mais facilidade as suas fúrias internas. +
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O Julgamento de Viviane Amsalem (Gett)

# 8. O Julgamento de Viviane Amsalem, de Ronit Elkabetz e Shlomi Elkabetz

Na posição autoral privilegiada, Ronit Elkabetz poderia muito bem persuadir o seu irmão e co-diretor Shlomi Elkabetz ao enaltecer a figura de Viviane Amsalem ao mesmo tempo em que vilaniza Carmel e todos os homens que o cercam. Ao invés disso, não questiona as falhas, inerentes a qualquer ser humano, mas o poder de decisão, exclusivo a eles. É um status quo tão devastador daquela realidade que a nem mesmo a liberdade surge sem que um novo voto de opressão seja prometido. +
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Mad Max - Estrada da Fúria (Mad Max - Fury Road)

# 7. Mad Max: Estrada da Fúria, de George Miller

O que transformará “Estrada da Fúria” em clássico, no entanto, é a virada de expectativas que é proposta a partir de seu segundo ato. É preciso muita coragem para transformar Max em um coadjuvante de sua própria história, algo que George Miller faz sem qualquer cerimônia ao avaliar a potencialidade de sua Imperatriz Furiosa. É ela a face que os personagens íntegros precisam como um novo líder e a inteligência em confirmar esse desejo permite ao filme caminhar para um encerramento implacável. +
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A Pele de Vênus (La Vénus à la fourrure)

# 6. A Pele de Vênus, de Roman Polanski

A maior graça de “A Pele de Vênus” é a desmitificação de mitos com as menções às inúmeras versões de Vênus. Seja nas pinturas de Botticelli, Ticiano e Kustodiev ou nas esculturas preservadas nos museus de Louvre e Atenas, a Deusa da Beleza e do Amor sempre foi retratada em seu esplendor. Mas resistiria suas virtudes ao tempo? É um questionamento que Polanski transfere para a reversão dos papéis do Homem e da Mulher, para a compreensão da máscara que sustentamos e a verdadeira face que ela acoberta e, especialmente, para a desnudação da arte de fazer cinema. +
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Livre (Wild)

# 5. Livre, de Jean-Marc Vallée

Evitando o erro visto em filmes similares como “Na Natureza Selvagem”, em que o protagonista é involuntariamente reduzido com o realce exacerbado conferido aos personagens secundários, “Livre” se mantém concentrado totalmente em Cheryl, o que garante força à aventura que ela mergulha. Há também o trabalho musical, com canções selecionadas a dedo pelo roteirista Nick Hornby (britânico mais conhecido como o autor dos livros “Alta Fidelidade” e “Um Grande Garoto”) para embalar os passos de Cheryl, firmes o suficiente para tornar palpáveis as novas possibilidades com o fim de um percurso existencial. +
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Mistress America

#4. Mistress America, de Noah Baumbach

Nunca se viu Noah Baumbach tão certeiro na mise-en-scène e nos diálogos, estes também assinados por Greta Gerwig e disparados como balas de uma metralhadora. E é exatamente aí que “Mistress America” vai deixando um gosto amargo. É um filme tão sincero e espontâneo em suas intenções que 84 minutos de duração parecem insuficientes. O desejo é o de ficar acompanhando esses personagens instáveis o dia inteiro. +
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A Lição (Urok)

# 3. A Lição, de Kristina Grozeva e Petar Valchanov

Muito parecida com Noomi Rapace, Margita Gosheva está extraordinária no desafio em viver Nade, que passa a ter um problema ainda maior a partir do ponto que soluciona o anterior. É sufocante vê-la com dificuldades em pagar uma taxa risível para não ter a sua residência tomada pelas autoridades e os acontecimentos que se sucedem, como as consequências por um empréstimo ilegal e os atritos familiares vindo à tona, quase nos fazendo perder as esperanças por uma resolução positiva, não fosse a determinação em Nade em não permitir que as adversidades pisoteiem os seus valores. Um estudo fascinante de personagem e do cenário em que está inserida, bem como um dos melhores filmes deste ano. +
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Sicario - Terra de Ninguém (Sicario)

# 2. Sicario: Terra de Ninguém, de Denis Villeneuve

Após “Os Suspeitos”, Denis Villeneuve volta a trabalhar novamente com o diretor de fotografia Roger Deakins, formando assim uma dupla que compreende a tensão com o enclausuramento de seus personagens com planos fechados e a preferência por alguns recursos que nos jogam na ação, como o clímax que emula o que se vê com o uso de um equipamento de visão noturna. Colabora também a trilha do islandês Jóhann Jóhannsson, que substitui os acordes ternos de “A Teoria de Tudo” pelo empenho em criar uma ilusão de uma tormenta desabando sobre a terra. +
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Whiplash - Em Busca da Perfeição (Whiplash)

# 1. Whiplash: Em Busca da Perfeição, de Damien Chazelle

Além do domínio técnico, Chazelle tem tanta fluência do seu próprio texto que ainda é capaz de visualizar na vilania de Fletcher e no fracasso de Andrew dois componentes opostos que irão se articular em parceria na tentativa de alcançarem algo que vá além de suas capacidades. Conclui-se assim um grande filme que extrai de nós os aplausos que não encena. +
fonte: http://cineresenhas.com.br/2016/03/11/os-10-melhores-filmes-de-2015/