Na última quinta-feira, o Cine Resenhas completou nove anos de vida. Esse acontecimento marcante para a história do endereço vem cheio de recordações sobre os primeiros passos. De um projeto descompromissado, atualizado semanalmente, esse “sítio” de algum modo foi fortalecido por uma ação de coletividade, no sentido de que um grupo se fez com outros colegas também novatos com a iniciativa de debates sobre cinema.
Se a memória não falha, a troca de impressões com o Brenno Bezerra aconteceu em meados de 2008, um momento em que o Cine Resenhas estava somente há alguns meses no ar. Residente de Itapecuru-Mirim, cidade do interior do Maranhão, Brenno sempre foi um exemplo de cordialidade na blogosfera, uma qualidade também refletida em sua escrita, que pode ser prestigiada no Rede Cinéfila. Outro detalhe que só amplia minha a estima por sua amizade é a admiração por Nicole Kidman, tendo inclusive participado aqui de uma homenagem preparada em ocasião do 47º aniversário da atriz australiana.
Recentemente, Brenno pôde eternizar a sua paixão por cinema com a publicação de “Resenhistas na Web: O Novo Crítico de Cinema”, obra em que identifica a transformação da crítica cinematográfica a partir da vinda de inúmeros cinéfilos que encontraram na internet um modo de contribuir com novos pontos de vista no julgamento de um filme, alguns se transformando em novos especialistas. Na segunda metade do livro, há resenhas de sua autoria, bem como a participação de outros dois colegas muito queridos que já participaram desta seção: Kamila Azevedo, do Cinéfila por Natureza, e Matheus Pannebecker, do Cinema e Argumento.
Os interessados por “Resenhistas na Web: O Novo Crítico de Cinema” podem fazer o seu pedido parabrenno_cine@hotmail.com. A seguir, confira a seleção de filmes prediletos que Brenno nos preparou.
.
…E o Vento Levou, de Victor Fleming (Gone with the Wind, 1939)Filme preferido da minha mãe, que acabou me apresentando a ele no ano de 2007. Acreditava ser uma grande e bela história de amor. Enganado estava e que bom que foi assim. Sempre defenderei a tese de que a Scarlett e o Butler são verdadeiros picaretas, mas isso não faz deles maus personagens, muito pelo contrário, eles ficaram cada vez mais interessantes. Em suas quatro horas de duração, o filme não se censura em trabalhar inúmeros atos, que poderiam prejudicar a obra, mas acabam por engrandecê-la sem perder a essência, construída num roteiro com frases simplesmente arrebatadoras, que não tiramos da cabeça e vemos o quão podemos usá-las no nosso cotidiano. Destaque às atuações de Vivien Leigh, Clark Gable e Hattie McDaniel. Pra quem discorda de mim, eu só digo o seguinte: “Francamente, meus queridos, eu não dou a mínima”.
.
O Mágico de Oz, de Victor Fleming (The Wizard of Oz, 1939)É sem dúvida o maior clássico infantil da história. Trabalhando aspectos precisos, sem deixar que tons maduros atrapalhassem a obra. Uma perfeita criação de um ambiente do imaginário de uma criança, fazendo ela deleitar-se diante de uma sociedade mágica e repleta de aventuras que ela sempre sonhara que pudesse existir e que finalmente estava inclusa, aliando isso a lições didáticas e éticas, onde podemos denotar a brilhante sacada do Mágico realizando os sonhos do leão, do espantalho e do homem de lata, introduzindo um emocionante final que explora belos valores familiares e de amizade.
.
A Noviça Rebelde, de Robert Wise (The Sound of Music, 1965)Positivamente açucarado, um filme que investe no infantil sem deixá-lo inapropriado para adultos, e vice-versa. O interessante é que o andar da carruagem podia levar a uma roteiro explorando o antagonismo em diversos atos, mas sabiamente há o acerto da criação de uma oposição racional e até mesmo benevolente, caracterizada pela Baronesa e pelas demais freiras, já que num ambiente onde o vilão é o nazismo, não havia motivos para investir em pessoas maldosas, descaracterizando todo trabalho de autoestima que o filme tem. Canções empolgantes e que não saem de nossa memória, um elenco eficaz e uma locação austríaca que nos dá vontade de mudarmos para lá.
.
Cantando na Chuva, de Gene Kelly e Stanley Donen (Singin’ in the Rain, 1952)Melhor musical da história do cinema e que é bem mais que o Gene Kelly cantando e dançando na chuva. Confesso que essa nem é minha cena preferida do filme, apesar de louvá-la. Trabalho primoroso com canções divertidíssimas, numa nem tão utópica realidade do showbusiness americano, que acima de tudo acaba sendo uma ode à arte a cada cena. Reverenciando o trabalho do protagonista, de Debbie Reynolds e Jean Hagen, fica o destaque maior para o explosivo e subestimado Donald O’Connor e a melhor dançarina da história Cid Charrise.
.
FONTE: http://cineresenhas.com.br/2016/02/27/os-cinco-filmes-prediletos-de-brenno-bezerra/Moulin Rouge: Amor em Vermelho, de Baz Luhrmann (Moulin Rouge!, 2001)Filme que estourou em Hollywood no exato momento que eu era apresentado a minha ídola Nicole Kidman e a mesma saía de um conturbado divórcio com Tom Cruise. No que se apostava que a sua carreira poderia sofrer uma queda brusca, veio uma verdadeira redenção de um período em que a indústria sente muita falta. Numa atuação impecável, explosiva e emocionante, vemos uma química extraordinária com Ewan McGregor num musical que ressuscitou o gênero, onde clichês são incrivelmente bem usados com novas versões de canções marcantes e a apresentação da original “Come What May” – talvez uma das mais belas músicas românticas da história do cinema. Trabalho magnífico e impressionante em todos os segmentos, que fazem essa obra ter um grandioso valor artístico e pessoal para o cinema, Nicole e seus fãs.
Nenhum comentário:
Postar um comentário