sábado, 5 de setembro de 2015

Critica do filme adaptado: Colheita Maldita (1977)

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Título no Brasil: Colheita Maldita
Título Original: Children of the Corn
Adaptação do conto: “As crianças do Milharal”, do livro “Sombras da Noite” (1977)
Gênero: Terror/Suspense
Duração: 92 minutos
Ano de lançamento: 1984
Data de Estreia nos EUA: 09/03/1984
Direção: Fritz Kiersch
Elenco: R.G. Armstrong, John Franklin, Courtney Gains, Linda Hamilton, Peter Horton
Distribuição: Cinema Group
IMDB: http://www.imdb.com/title/tt0087050/
Trailer Original
Sinopse/Crítica
Em Gatlin, uma cidadezinha do Nebraska, durante uma aparentemente normal manhã ensolarada qualquer, um grupo de crianças liderado pelo jovem pastor Isaac Chroner assassina deliberadamente todos os adultos da cidade. Eles fazem parte de uma seita que cultua “Aquele Que Caminha Por Trás da Plantação” e que é formada exclusivamente por crianças e mantida pelo sangue dos adultos que “alimenta” os campos de milho que cercam a cidade. Três anos depois, o Dr. Burton Stanton (Peter Horton) e a jovem Vicky (Linda Hamilton), sua namorada, estão atravessando o interior dos EUA de carro, parcialmente perdidos, quando, em um momento de descuido, Burton atropela o jovem Joseph (Jonas Marlowe), que aparece de repente na estrada. Ao parar o carro e averiguar o acidente, ele descobre que o jovem já estava parcialmente ferido antes do atropelamento e decide, junto a Vicky, levá-lo até a cidade mais próxima, Gatlin, para que as autoridades locais possam averiguar o que houve. Porém, chegando lá eles encontram apenas uma cidade fantasma, com ruas desertas e casas abandonadas. Não demora para que o casal descubra que Gatlin não é uma cidade normal e que eles, assim como o jovem Joseph, estão correndo grande perigo.
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John Franklin como “Isaac”
Filmes baseados em obras de Stephen King sofrem de um grande mal; não existe um meio termo adequado. São poucas as obras que são “mais ou menos”. Ou se tratam de ótimas adaptações (como “À espera de um milagre”, “Conta Comigo” e “Um sonho de liberdade”, por exemplo), ou são o mais belo exemplo de filmes trash, no mal sentido da palavra, que se possa imaginar (e infelizmente, a lista deste último é grande demais para ser citada aqui). “Colheita Maldita” é um dos poucos que, ao meu ver, se enquadra neste quesito, pendendo um pouco para “mais” do que para “menos” (mas aqui, reitero, há uma opinião bastante pessoal). Como filme de terror, independente do conto, a película funciona muito bem. Mesmo com um orçamento visivelmente limitado, como em geral são os filmes de terror (ainda mais os mais antigos), a produção soube fazer bom uso do dinheiro investido, explorando muito bem aspectos inerentes ao universo do terror/suspense, como a cidade abandonada, o assassinato dos adultos (que, apesar de não ser uma cena explicita e pouco violenta, em especial se comparada com produções mais atuais, ainda causa certo desconforto) e o demônio que anda por detrás das fileiras. A tensão crescente, aliada à uma trilha sonora bastante competente são outros pontos positivos do filme, além da interpretação impecável do ator John Franklin como Isaac.
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Linda Hamilton e Peter Horton como “Vicky” e “Burt”
Entretanto, como nem tudo são flores, se comparado com a obra original, infelizmente, a qualidade do filme deixa um pouco a desejar. Por tratar-se da adaptação de uma história relativamente curta (o conto “as crianças do milharal” do livro “Sombras da Noite”, onde o conto foi originalmente publicado, tem cerca de seis páginas apenas) foi necessário que muitas liberdades criativas fossem tomadas para que a obra fosse adaptada e se transformasse em um filme com mais de uma hora de duração. Algumas mudanças tiveram que ser feitas, personagens e cenas tiveram que ser acrescentados, mas até então isso é normal, afinal trata-se de uma “adaptação” e não uma transcrição literal do filme. O aspecto que mais me incomodou, entretanto, foi o relacionamento do casal principal, Burton e Vicky. No conto eles são retratados como um casal em constante conflito, cujo relacionamento é posto à prova pelas dificuldades que eles passam quando chegam em Gatlin, ocasionando um ótimo pano de fundo dramático para a história. No filme este aspecto, que poderia ser muito bem explorado, se perdeu um pouco e o que o casal perdeu em fidelidade, se comparado ao livro, ganhou em carisma (coitada da Sarah Connor).
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Poster original do filme
Apesar de apresentar algumas cenas memoráveis (lembro que quando criança eu morria de medo daquele “montinho de terra” passeando pelo meio do milharal), os efeitos especiais precários, até mesmo para a época, e a relativa hollywoodização do filme, com um final que destoa completamente do que é mostrado no conto, colaboraram para que, como adaptação, ele fosse apenas mediano.
Curiosidades
  • Baseado no conto “As crianças do milharal” do livro “Sombras da Noite”, primeira coletânea de contos lançada por Stephen King.
  • Em uma das cenas, em cima do carro de Burt e Vicky, podemos ver uma cópia do livro “Sombras da Noite”, onde o conto foi originalmente publicado.
  • Milho de poliuretano foi usado para cenas de ação mais difíceis.
  • Na história original, os nomes de Isaac e Malachai eram William Renfrew e Craig Boardman, respectivamente
  • Spoiler: Na história original, a personagem Vicky é morta pelas crianças. Ela é pregada junto ao “homem de azul” (um policial) e tem os olhos arrancados.
  • O orçamento do filme foi de 3 milhões e nas bilheterias dos EUA ele arrecadou cerca de 14 milhões.
  • O filme teve diversas sequências no cinema, sendo que nenhuma delas tem ligação com a obra de Stephen King. São elas: Children of the Corn II: The Final Sacrifice, (1993) e cinco sequências foram posteriormente lançadas diretamente em vídeo: Children of the Corn III: Urban Harvest, (1995); Children of the Corn IV: The Gathering, (1996); Children of the Corn V: Fields of Terror, (1998); Children of the Corn 666: Isaac’s Return, (1999); Children of the Corn: Revelation, (2001); Children of the Corn, (2009) (Telefilme) e Children of the Corn: Genesis, (2011).
  • Após o incidente do dia 11 de Setembro, quando aviões lançados por terroristas atingiram o Word Trade Center e o prédio do pentágono, o ator John Franklin, que deu vida ao personagem Isaac no primeiro filme da franquia, desistiu de vez de sua carreira no cinema e passou a dedicar-se à sua carreira de professor na escola Golden Valley. Tentamos entrar em contato com ele por email e ele respondeu educadamente que não faz mais parte do Show Biss, mas desejou sucesso para o blog e um abraço para os fãs brasileiros.

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