terça-feira, 8 de setembro de 2015

Resenha : A Caçada de Clive Cussle

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ISBN: 9788581632193
Tradução: Camila Fernandes
Número de páginas: 384
Preço Sugerido: R$ 29.90
Ano: 2013
Editora: Novo Conceito
Pontuação: ♥ ♥ ♥  
Por décadas, Clive Cussler vem deleitando leitores com romances repletos de suspense, ação e pura audácia. Agora, ele faz isso novamente, em um dos mais loucos e estimulantes thrillers de época dos últimos anos.
O governo norte-americano contrata a renomada Agência de Detetives Van Dorn e seu agente igualmente renomado, Isaac Bell, para capturar um lendário ladrão de bancos conhecido como Assaltante Açougueiro. Este assassinara homens, mulheres e crianças, sem deixar nenhuma pista nem testemunhas. O detetive Bell lidera a busca e finalmente descobre a verdadeira identidade do Assaltante Açougueiro. E nesse momento inicia-se a verdadeira caçada. 
Com um enredo intrincado, dois vilões extraordinários e a assinatura de Cussler em reviravoltas surpreendentes, A Caçada é o trabalho de um mestre no auge de seu talento.

Isaac Bell está de volta. E na sua melhor forma. Bonito, elegante, inteligente, sofisticado, amante de belas mulheres, apaixonado por carros velozes (você pensa que isso não existia em 1906?, pois leia o livro e comprove), admirado por muitos e odiado por poucos, um exímio atirador, sagaz, ardiloso e, em tempo integral, o melhor agente da Agência de Detetives Van Dor. Com todos esses predicados, Isaac Bell não fica nada a dever ao mais famoso agente secreto britânico, James Bond. Claro, na época de Bell o que havia de mais moderno era a eletricidade, o telégrafo, o telefone, a locomotiva, o automóvel e a motocicleta, além dos barcos e das máquinas à vapor. Bem aquém dos brinquedos sofisticados e eletrônicos que consagraram Bond nas telas do cinema. Mesmo assim, Isaac Bell esbanja criatividade e, por que não, abusa do que há de mais moderno à sua disposição no início do século XX para perseguir os transgressores da lei.

Nós já tivemos o prazer de conferir um pouco disso tudo em O Espião. Se naquele livro já tivemos um prazeroso sabor de quero mais, A Caçada trouxe-nos esse gostinho e deixou-nos atiçados por querer mais, muito mais das aventuras de Isaac Bell. 

Clive Cussler superou-se nesse livro. A Caçada é justamente o que o título sugere: uma caçada implacável para por atrás das grades o pior e mais sanguinário ladrão de bancos da época, conhecido como o Assaltante Açougueiro.Um título à altura de um sujeito que, além de roubar, executa todas as pessoas que encontra no interior do banco. Pegar um bandido, por mais esperto que ele seja, não é tarefa fácil, porém, não é impossível. Seria, não fosse o fato de que o Assaltante Açougueiro é também um sujeito muito inteligente, ardiloso e imprevisível. Roubar e matar são apenas alguns dos seus qualificativos. Ele também é um mestre dos disfarces e das escapadas impossíveis. Pegá-lo, pô-lo à ferros, levá-lo à forca, é tudo o que a lei, e Isaac Bell, desejam. Porém, isso não será nada fácil. E é o que nos prova as 383 páginas do livro.

Do começo ao fim, em A Caçada vemos um duelo de esgrima entre o Açougueiro e Bell.; o negativo e o positivo de forças contrárias tentando vencer um ao outro pela astúcia, perícia e ousadia. Posso antecipar, com isso, que a disputa entre eles é o ponto alto da trama. Bell tenta antecipar-se ao assaltante-assassino, mas o Açougueiro está sempre um passo à sua frente.

E tudo isso por conta da maravilhosa narrativa de Clive Cussler. A sua ambientação de época  é perfeita e memorável, não omitindo-se nem um único detalhe do modo de vida da primeira década do século XX, das grandes cidades norte-americanas, como ChiagoSan Francisco e Los Angeles. Estiloso, com um genuíno bom gosto que nos faz apaixonar de imediato por seus personagens e conviver em constante tensão com sua trama literária,Cussler vai nos enredando com a facilidade de quem sabe como contar uma boa história.

Amei A Caçada, os personagens, a ambientação, a forma como o Açougueiro consegue driblar os detetives da Van Dor, ao mesmo tempo em que odiei tudo o que o bandido fez e os motivos pelo qual ele o fez, e desejei que Bell o suplantasse a cada novo capítulo. E esse é, sem dúvida, o ponto interessante do livro, pois a narrativa nos coloca sob dois pontos de vista: o do próprio Bell, numa narrativa em primeira pessoa, e o do assassino, em terceira pessoa. Desta forma, temos tanto as ações de ambos em foco. O que torna a aventura ainda mais excitante, pois você sabe quem é o assassino e como ele vai agir, e acompanha os pensamentos e as investidas de Bell para tentar impedi-lo.

Além da ação, espere também por muito mais: amor, traição, aventura, crime, assassinatos, perseguições, tiros e surpresas, muitas surpresas. O desfecho, é de tirar o fôlego. Se você gostou de O Espião, vai amar A Caçada. O autor tem uma verdadeira paixão por escrever. Já escreveu mais de 50 livros, abraçando o estilo ficção-aventura-ação como poucos, traduzido em todo o mundo e ficando sempre no topo das listas dos melhores best-sellers do gênero.

E falando da edição, todas as capas dos livros de Clive Cussler, lá fora, são maravilhosas. Uma tentação para os olhos. Muito coloridas e convidativas. No entanto, gostei muito do trabalho da capa dessa edição brasileira, criada por Sérgio Campante, do tipo cartoon, evocando um estilo noir, glamoroso  Bem ao contexto da narrativa do livro.

A Caçada – Uma Aventura de Isaac Bell, é o primeiro livro de uma série de um total de seis volumesO Espião, lançado pelo Novo Conceito no ano passado, na realidade, é o terceiro livro, precedido pelo The Wrecker. O quartoquinto e sexto livros, respectivamente, são: The Race, The Thief e The Striker.  Todos os demais livros da série, exceto A Caçada, foram escritos em autoria com o escritor Justin Scott. Confiemos que a Novo Conceito lançará  os outros quatro volumes da série, em breve. Pois estou aguardando-os ansiosamente.

A Caçada é altamente recomendado para os fãs do autor, amantes da boa ficção de ação e aventura, dos carentes por histórias noir e leitores que desejam iniciar-se na leitura dos livros do Cussler. 

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