A resenha do filme As bicicletas de Belleville foi escrita por Mayra Matuck (blog)
Belleville é um lugar imaginário, feito para pedalar e correr riscos. Nesse cenário da animação francesa-belga-canadense “As bicicletas de Belleville”, prêmio Satellite Award de melhor filme de animação em 2004, é exercitado um espírito lúdico, que pode ser acessado através do ato de andar de bicicleta.
Champion é um garoto tímido e cheio de olheiras, mas em cima de sua bicicleta torna-se um verdadeiro campeão em provas de ciclismo. Mora em um sobrado perto de uma estação de trem com sua avô e seu cão farejador. Enquanto ele e sua família preparam-se para a grande prova de percurso Tour de France, mafiosos ficam antenados para entrar em campo e sumir com Champion.
O campeão obstinado provavelmente pensou que suas olheiras estariam logo com um tom esportista, seu nariz descansaria do ar poluído da maria-fumaça que passa todos os dias na frente de sua casa, bem embaixo de sua janela. A prova de percurso das bicicletas poderia bastar por si só, livre de preocupações externas, porém foi invadida pela colisão de dois carros em perda total – um deles na enorme ladeira de Belleville e o outro, curiosamente, explodido na chaminé do navio que passava pela cidade.
Madame Souza, avó de Champion tomou a direção do carro de apoio dos ciclistas, e permaneceu disposta para fazer justiça com suas próprias mãos e salvar o neto de mafiosos intrometidos. Sem poupar esforços, contando com a ajuda de seu cão farejador, iniciou uma busca investigativa nas ruas, no mar, na cidade ao lado… – um percurso árduo para honorável velhinha, que por sorte do destino, fez amizade com as trigêmeas (irmãs cantoras de music-hall dos anos 30), que ganhavam a vida em Belleville tocando pneu de bicicleta – uma modalidade musical exclusiva do roteiro do diretor francês de desenhos animados, Sylvain Chomet, repleta de cenas fantásticas, que tornam a animação altamente sofisticada, tanto em recursos audiovisuais como em sensibilidade para compor personagens.
Fora do contexto da fantasia, Paris criou um sistema de aluguel de bicicletas que disponibiliza aproximadamente 20 mil bikes pela cidade, Barcelona e Montreal também possuem um sistema semelhante. Nova York diminuiu as vias para carros e dobrou as ciclovias. Embora quase exclusivo dos finais de semana, São Paulo conta com as chamadas ciclofaixas (mão de tinta passada no asfalto) nos principais pontos da cidade. Pedalar é sem dúvida muito mais saudável, econômico e divertido. Ao mesmo tempo, é também um meio de transporte e uma questão política relacionada ao cidadão e ao espaço público que não é nosso. Para a cicloativista Renata Falzone, “a bicicleta traz a pessoa de volta à escala humana”. Uma dose da imaginação fértil do além de diretor, também cenógrafo e desenhista Sylvain Chomet, pode cair muito bem no percurso da realidade.
Ficha técnica:
Gênero: Animação
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro: Sylvain Chomet
Elenco: Jean-Claude Donda, Michel Robin, Michèle Chaucheteux, Monica Viegas
Produção: Didier Brunner, Viviane Vanfleteren
Trilha Sonora: Benoît Charest, Mathieu Chedid
Duração: 78 min.
Ano: 2003
País: Bélgica / Canadá / França
Belleville é um lugar imaginário, feito para pedalar e correr riscos. Nesse cenário da animação francesa-belga-canadense “As bicicletas de Belleville”, prêmio Satellite Award de melhor filme de animação em 2004, é exercitado um espírito lúdico, que pode ser acessado através do ato de andar de bicicleta.
Champion é um garoto tímido e cheio de olheiras, mas em cima de sua bicicleta torna-se um verdadeiro campeão em provas de ciclismo. Mora em um sobrado perto de uma estação de trem com sua avô e seu cão farejador. Enquanto ele e sua família preparam-se para a grande prova de percurso Tour de France, mafiosos ficam antenados para entrar em campo e sumir com Champion.
O campeão obstinado provavelmente pensou que suas olheiras estariam logo com um tom esportista, seu nariz descansaria do ar poluído da maria-fumaça que passa todos os dias na frente de sua casa, bem embaixo de sua janela. A prova de percurso das bicicletas poderia bastar por si só, livre de preocupações externas, porém foi invadida pela colisão de dois carros em perda total – um deles na enorme ladeira de Belleville e o outro, curiosamente, explodido na chaminé do navio que passava pela cidade.
Madame Souza, avó de Champion tomou a direção do carro de apoio dos ciclistas, e permaneceu disposta para fazer justiça com suas próprias mãos e salvar o neto de mafiosos intrometidos. Sem poupar esforços, contando com a ajuda de seu cão farejador, iniciou uma busca investigativa nas ruas, no mar, na cidade ao lado… – um percurso árduo para honorável velhinha, que por sorte do destino, fez amizade com as trigêmeas (irmãs cantoras de music-hall dos anos 30), que ganhavam a vida em Belleville tocando pneu de bicicleta – uma modalidade musical exclusiva do roteiro do diretor francês de desenhos animados, Sylvain Chomet, repleta de cenas fantásticas, que tornam a animação altamente sofisticada, tanto em recursos audiovisuais como em sensibilidade para compor personagens.
Fora do contexto da fantasia, Paris criou um sistema de aluguel de bicicletas que disponibiliza aproximadamente 20 mil bikes pela cidade, Barcelona e Montreal também possuem um sistema semelhante. Nova York diminuiu as vias para carros e dobrou as ciclovias. Embora quase exclusivo dos finais de semana, São Paulo conta com as chamadas ciclofaixas (mão de tinta passada no asfalto) nos principais pontos da cidade. Pedalar é sem dúvida muito mais saudável, econômico e divertido. Ao mesmo tempo, é também um meio de transporte e uma questão política relacionada ao cidadão e ao espaço público que não é nosso. Para a cicloativista Renata Falzone, “a bicicleta traz a pessoa de volta à escala humana”. Uma dose da imaginação fértil do além de diretor, também cenógrafo e desenhista Sylvain Chomet, pode cair muito bem no percurso da realidade.
Ficha técnica:
Gênero: Animação
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro: Sylvain Chomet
Elenco: Jean-Claude Donda, Michel Robin, Michèle Chaucheteux, Monica Viegas
Produção: Didier Brunner, Viviane Vanfleteren
Trilha Sonora: Benoît Charest, Mathieu Chedid
Duração: 78 min.
Ano: 2003
País: Bélgica / Canadá / França
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