Tradução: Carolina Caires Coelho
ISBN: 978-85-8146-034-5
Nº de páginas: 240
R$ 29,90
Editora: Rai
Pontuação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Sinopse: Após uma catástrofe ter transformado o Linde em um ambiente hostil e instável, todos os habitantes do mundo precisam aprender a viver em clãs isolados, dentro dos Limites Seguros. As rupturas fazem com que o mundo mude de forma repentinamente e os que não estão preparados podem perder-se para sempre. Durante uma violenta ruptura, Lan, uma garota que vive no clã de Sálvia, não resiste e acorda sozinha e sem mantimentos no meio do deserto. Logo a garota é resgatada, porém, por seu pior inimigo. Destemida e determinada a encontrar sua família, Lan percebe que a única forma de reencontrá-la e talvez encontrar uma cura para o Linde depende unicamente da aliança com um povo nada confiável.
Este livro mexeu com minhas emoções. E toda a expectativa, tudo o que eu havia imaginado sobre a história foi desfeita conforme minha leitura avançava. No fim das contas, me surpreendi muito mais com o livro do que esperava. A história de A Estrela é bem mais forte e triste do que parece.
O livro começa com Lan tentando salvar um garoto de seu clã no meio de uma das rupturas da Quietude (que são intensos abalos que mudam as paisagens do planeta). Mas ela se depara com o Sequestrador (apelido que a garota dá para o rapaz). Ele está com o menino, e seus olhos brilham com a iminente ruptura. Lan sabe que não pode tocar um Caminhante da Estrela (povo que não se fixa em nenhum lugar, e é temido e respetado por todos os clãs), pois seus toques são mortais. Mas ela nem pode imaginar que neste momento, em que ambos se cruzam, e que ela deve salvar o garoto, que seus destinos estão traçados, e não há mais volta.
O Linde que seria um outro nome para a Terra, sofre com uma terrível Ferida (um imenso abismo que cresce a cada dia) que abalou as estruturas do planeta. Desde então o mundo passa por constantes mudanças nas paisagens. Durante estas mudanças, ninguém está a salvo, qualquer um pode se perder para sempre. Além do perigo das rupturas, há a ameaça das Partículas, que vêm com a ruptura da Quietude. Estas Partículas, se aspiradas, podem deixar qualquer indíviduo louco, perdendo a consciência sobre si mesmo. Assim, as pessoas se dividiram em clãs, que formaram Limites Seguros, onde as rupturas dificilmente atingem. Mas a verdade é que o planeta está morrendo, e as rupturas estão cada vez mais fortes e terríveis, destruíndo tudo. Ninguém mais parece estar a salvo, o mundo dá seus últimos suspiros.
Lan se perde durante uma das rupturas mais intensas que seu clã, o clã de Sálvia, já enfrentou. Ele é totalmente destruído e seus habitantes se perdem. A garota se vê no meio de um deserto sem fim e é salva por alguém que nunca poderia imaginar, o Sequestrador, seu pior inimigo. Entre muitas reviravoltas, a garota e o Sequestrador se veem em uma aventura para salvar o planeta, pois parecem ter descoberto a solução, a cura para A Ferida, que está destruíndo tudo e todos. Esta cura vem das plantas que criaram uma substância que as protege das Partículas, pois assim que as atingem, somem. Esta substância, se extraída, poderia se jogada na Ferida e restaurar o Linde.
Ambos se veem às voltas com a imensa responsabilidade de salvar o Linde e seus habitantes. Lan quer dar um nome para seu Sequestrador, pois os Caminhantes da Estrela não possuem nomes. O Sequestrador se vê atormentado pelo amor que cresce em seu coração, e por ser amaldiçoado com este poder que mata quem quer que ele e seu povo toquem, ou seja, ele não pode tocá-la.
No decorrer da história, Lan e o Sequestrador vão se conhecendo e percebendo o quanto estão envolvidos. O amor entre os personagens cresce, amadurece, e emociona.
O livro está recheado de cenas incríveis, a partir do momento em que os jovens se lançam nesta jornada de salvação. Estranhas criaturas e acontecimentos, e cenas de luta muito boas. Além disso, a trama, apesar de ser um tanto mirabolante em alguns pontos (mas o que é totamente perdoável, por se tratar de ficção), traz mensagens extraordinárias sobre a vida.
Gostei muito da narrativa intensa de Javi Araguz e Isabel Hierro, com certeza a parceria entre os autores foi totalmente acertada e se deram muito bem. Eu devorei o livro em apenas um dia, e fiquei querendo mais. A leitura é deliciosa! Mas a história um tanto triste. Certamente não imaginava que choraria no final, e que sentiria emoções tão fortes com a leitura. Depois de seu término ainda fiquei muito tempo entorpecida. Em diversas passagens da trama fiquei com o coração apertado, e a sensação que tinha é de que não havia saída, era desesperador. E a verdade é que é com isso que os personagens Lan e o Sequestrador se deparam. Eles percebem, em determinado momento, que não importa até onde vão, tudo pode se perder... e vai se perder, de uma forma ou de outra. Mas claro, o livro traz muitas mensagens de esperança, e o ponto forte da narrativa, é justamente isto. Isto e o amor.
Em suma, digo que este livro, uma distopia bem diferente das que já vi, é tocante, emocionante e triste. Triste pelas fatalidades, pela sensação de impotência, pelas perdas, pela tristeza dos personagens e do planeta. Claramente, é possivel se tirar muitas lições e mensagens do livro. A narrativa de Javi Araguz e Isabel Hierro é tão envolvente e intensa que garante uma boa leitura. E no final, Lan acha o nome perfeito para seu Sequestrador. =,(
O livro é apaixonante e lindo!
Mesmo quando tudo está perdido, sempre sobra a esperança.
Apenas queria uma continuação ;-;
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