O Demonologista – 2015 (Resenha)
POR ANA GABRIELA
Você pode estar lendo o título do livro e pensando: “Que isso? Como assim? Nunca leria isso!”, mas vou te falar uma coisa: não tenha medo. Devo confessar que fiquei com um pé atrás com o livro, mas sabe o que foi melhor? Eu me surpreendi!
O Demonologista vai nos contar a história de David Ullman. Ele é professor de Inglês (literatura) na Universidade de Columbia e é também especialista em mitologia e narrativa religiosa judaico-cristã e a base de estudo/palestras que ele faz é em cima do livro Paraíso Perdido de Milton. E o mais irônico? Ele é ateu. Ele mesmo acha isso contraditório. E durante a narrativa do livro temos citações de Milton.
David tem uma filha chamada Tess. Ela não é uma garota de 12 anos comum, ela é como o pai: reservada ao seu próprio universo. Eles dividem essa personalidade de “se fechar para as pessoas”. Não tem amigos, apenas o diário, o qual não larga por nada. Ela é um tanto excêntrica. A esposa de David não sabe o que fazer com os dois, nenhum deles compartilha nada com ela, o que acaba afastando-a deles. O casamento fica em crise e no meio disso, David recebe uma proposta um pouco peculiar de uma mulher tão peculiar quanto: viajar para Veneza ir à uma casa e fazer um relatório do que ele viu lá por meio de seu conhecimento “religioso”. David acaba aceitando por querer fugir da bagunça que sua vida está em Nova York e leva Tess. Mal sabia ele que o problema ia começar na viagem.
Sobre os personagens:
David chega a ser insano em alguns pontos da leitura, o que faz tudo mais interessante (é sério). Ele conhece tanto da obra de Milton que acaba se inserindo nela e ele já era instável, no decorrer da história ele desenvolve uma certa loucura. Só que nem toda loucura é sem sentido.
“Estou ficando quente? […] Sentir falta de alguém é como ter fome, um vazio insaciável no cerce de si próprio.” – página 141
Tess é tão madura pra sua idade que chega a ser assustador. O conhecimento que ela tem da vida, do que está em torno de si, do que ela observa é tão grandioso. Os escritos no diário dela revelam coisas inimagináveis. E ela ainda tem a doçura de criança.
“Às vezes, monstros são reais […] Mesmo se eles não pareçam com monstros.”
Muitas fotos, eu sei! Mas eu precisava mostrar como essa edição é cheia de detalhes. A capa é toda cheia de texturas. Muito muito lindo! Esse livro foi favoritado por motivos óbvios. Mesmo que você seja medroso como eu, leia esse livro!
“Todo poeta – todo contador de histórias – precisa de motivação.” – página 258
Nenhum comentário:
Postar um comentário