ISBN: 9788539507948
Ano de Lançamento: 2015
Número de Páginas: 472
Editora: Fundamento
Ano de Lançamento: 2015
Número de Páginas: 472
Editora: Fundamento
Classificação: ♥♥♥♥♥
Florença, 1914. Um homem misterioso deixa uma criança recém-nascida aos cuidados das irmãs do convento de Santo Spirito. Uma pequena chave prateada escondida em suas vestes é a única pista sobre sua identidade. Quinze anos mais tarde, a vida da órfã Rosa Bellochi está prestes a mudar. A jovem precisa deixar a proteção das freiras para se tornar a nova preceptora da filha do marquês de Scarfiotti, membro da aristocracia local. Entretanto, seu novo lar está prestes a ser também sua ruína. A atmosfera sombria e cruel que envolve a família Scarfiotti vai destruir a inocência da moça e arrastá-la para uma teia de assassinatos, conspirações e segredos, devastando tudo ao seu redor. Contando apenas com seu instinto de sobrevivência e sua paixão incondicional por um homem de passado sombrio, Rosa terá que enfrentar um destino incerto e sacrificar sua liberdade, corpo e dignidade mas nunca sua fé em nome daqueles que ama. Toda recompensa requer um sacrifício. Somente o amor poderá perdoá-la. Somente a verdade poderá salvá-la. Uma saga na Toscana é um romance histórico arrebatador, repleto de amor e ódio, mentiras, intrigas e mistérios em meio ao cenário desolador da Segunda Guerra Mundial.
Uma Saga na Toscana, de Belinda Alexandra, é um livro cheio de reviravoltas, mistérios, emoção e sutilezas. Lendo a sinopse imaginei um livro que trazia uma história de amor e drama em meio à Segunda Guerra Mundial, mas é muito, muito mais que isso. Eu fiquei surpreendida com os rumos que a história seguia, me emocionei, me revoltei, me envolvi muito com a leitura!
Sou muito emotiva e sempre acabo me envolvendo muito com os personagens, e este livro me deixou com o coração na mão em muitos momentos. Rosa Bellochi foi deixada em um convento ainda bebê por um homem. Ele queria salvar a criança já que ali ela poderia ter um futuro melhor, mas fica o mistério de quem ele é e o por que a deixou lá. Também não sabemos a origem de Rosa e quem era sua mãe. Os anos passam e Rosa convive com as freiras, tendo uma educação rigorosa mas muito culta, aprendendo diversas línguas, matérias e a tocar instrumentos musicais. Sua grande paixão e prazer é tocar sua flauta. Porém, após completar 15 anos, Rosa tem que deixar a proteção do convento para viver sua própria vida. Ela vai para a vila da família Scarfiotti, onde será preceptora de uma garota de 8 anos. Tudo estava indo bem, mas é ali, e a partir dali, que devido a um grande mal entendido, Rosa se vê, ainda tão jovem, diante de uma situação que é o gatilho para que sua vida comece a mudar, seguindo caminhos tortuosos e muito difíceis, obrigando Rosa a descobrir sua força interior. E, claro, eu não tenho como contar ou resumir o que acontece, ou dar mais detalhes, sem soltar milhares de spoilers.
- Com toda a sua inteligência e generosidade, não tenho dúvida de que Deus tem um grande propósito para você, Rosa. Mas não aqui dentro dos muros do convento.
O livro é narrado em terceira pessoa, e a autora traz em sua trama um drama intenso e passagens de grande impacto e força. Um ponto de destaque é a ambientação maravilhosa do livro, é impossível não se imaginar na Itália em meio às paisagens e cenários descritos pela autora. Também há grande riqueza de detalhes em sua narrativa de forma geral: personagens e personalidades muito bem delineadas; vestimentas, costumes, etc., descritos detalhadamente. A autora é muito detalhista. Ela consegue também passar muita emoção em sua narrativa, e é impossível não sentir a dor dos tempos difíceis que vão sendo apresentados na trajetória de Rosa.
Rosa passa por tantas coisas, tantas perdas, dores e dificuldades, que eu realmente me vi vivendo sua trajetória junto a ela, e sofrendo junto com ela. Também cada pequena alegria que ela conquistava ou recebia do destino me deixava cheia de esperança. Durante o livro ela amadurece muito, e muito cedo. Quando sua vida realmente começa, ela tem apenas 15 anos, e passa por tanta coisa. Ela passa de uma jovem inocente a mulher forte. Ela é persistente, é determinada, esperançosa e não desiste fácil diante das dificuldades. Realmente admirei Rosa e sua força, foi uma bela experiência acompanhar a sua história, realmente gostei da personagem e sua personalidade. Nem sempre concordava com suas atitudes, ou as entendia, mas com certeza admiro sua coragem e abnegação para enfrentar tudo o que surgia e por aqueles que ama.
Se ter moral e compaixão eram defeitos fatais em tempos de guerra, Rosa não duraria muito.
O livro é dividido em três partes, sendo que a segunda e terceira são muito reveladoras. Mas uma das coisas que me incomodaram um pouco é que a história muda muito em vários momentos. No começo tinha a impressão de que, apesar do que predizia a sinopse, a história seguiria um rumo mais sobrenatural, pois os primeiros capítulos assim fazem entender. Eu realmente fiquei surpreendida e empolgada, pois comecei a achar a ideia interessante e achei que ela seria desenvolvida de alguma forma específica ao longo do livro, mas não foi o que aconteceu. Tive esta impressão porque Rosa tem dons, ela consegue ver a origem das coisas: comidas, moveis, roupas, sapatos, etc. Por exemplo, quando ela vê uma comida ela consegue ver como o animal morreu e sentir sua dor e sofrimento. E isso lhe traz muita agonia. Também havia algo voltado para bruxaria, mas foi esquecido.
Outro ponto é que há muitos personagens, e muitos simplesmente aparecem sem nenhuma real importância para a história (mesmo parecendo que teriam), outros simplesmente desaparecem ao decorrer da trama, e outros demoram para ressurgir. Mas como cada personagem é muito bem caracterizado e tem sua personalidade bem delineada, dá para se "localizar". O livro também tem muitos mistérios deixados para trás, ficam no ar algumas questões, que infelizmente não tem uma resolução. O grande problema do livro é que algumas ideias surgiram no decorrer da trama, mas não foram encerradas e/ou desenvolvidas. Isso e a narrativa detalhista demais em alguns momentos desnecessários, tornou, em muitos momentos, a leitura um pouco cansativa e um tantinho frustrante, pois me parecia que a autora se perdia em sua própria narrativa.
Este é o tipo de livro para se ler e apreciar com tempo e calma, pois a leitura é um pouco cansativa, apesar de ser ótima! Isso porque em muitos momentos a história fica bem parada e tem um desenrolar um tanto lento. Por outro lado, não posso deixar de pensar que este é um dos fatores que a tornam interessante e até especial. Pois, apesar dos mistérios e das questões que ficaram no ar, e do desenvolvimento lento em muitas partes, o foco principal do livro é a trajetória de Rosa. E, afinal, a vida é assim também cheia de surpresas e situações mal resolvidas, de dores, de anseios, de perguntas sem respostas, de perdas, de pequenas alegrias de despedidas sem retorno, etc., e de certa forma o livro traz isso em sua trama. Aliás, a meu ver é a Rosa o grande mérito do livro. Outro ponto positivo é que é perceptível o cuidado que a autora teve em se tratando de fatos históricos, trazendo temas como a Segunda Guerra Mundial, o poder do líder fascista Mussolini, e outros mais, e a história se torna muito crível.
Apesar de não ser um dos meus favoritos do gênero, e apesar de pontos negativos tem outros tantos positivos. Apesar de alguns acontecimentos e situações terem sido mais bem exploradas e explicadas que outras, outros passarem rápido demais e outros se estenderem muito, Uma Saga na Toscana, é em geral um livro muito interessante e emocionante. Tem muitas reviravoltas, uma personagem forte e marcante, muita emoção e lições. E o final foi digno e valeu muito a pena! Me deu aquela sensação de que tudo e todos estão conectados de alguma forma. Se você gosta do gênero e de uma leitura rica em detalhes, para se apreciar com calma, este livro é recomendadíssimo para você!
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