ISBN: 9788581052564
Tradução: Camila Mello
Ano de Lançamento: 2014
Número de Páginas: 304
Editora: Suma de Letras
Tradução: Camila Mello
Ano de Lançamento: 2014
Número de Páginas: 304
Editora: Suma de Letras
Classificação: ♥♥♥♥♥
Em uma manhã nebulosa de 1972, a vida de Byron Hemming, de 12 anos, muda de repente. Tudo acontece em menos de dois segundos, quando ele e a mãe se envolvem em um acidente de carro. Embora o garoto tenha certeza de que o acidente aconteceu, sua mãe age como se nada tivesse acontecido. Nos dias e nas semanas seguintes, Byron embarca em uma jornada para descobrir o que realmente houve naquela manhã que mudou sua vida. Junto com o amigo James, ele cria a Operação Perfeito, um conjunto de planos para tentar resolver a situação.
Rachel Joyce é uma escritora inglesa. Seu livro de estreia, A Improvável Jornada de Harold Fry, recebeu ótimas críticas de público, blogs e da imprensa especializada, além de ter sido uma das grandes finalistas do prêmio literárioCommonwealth Book Prize, e foi publicado no Brasil pela Suma de Letras em 2013.
Eu, da minha parte, não li o primeiro livro da autora. Portanto, não posso comparar Operação Perfeito com aquele. Numa ocasião mais oportuna, pretendo ler A Improvável Jornada de Harold Fry, porque li boas críticas e, também, recebi boas indicações favoráveis do mesmo de meus amigos blogueiros.
Quanto a Operação Perfeito, segundo livro da autora, tenho que dizer, sem muito preâmbulos, que não gostei do livro. Infelizmente, achei-o enfadonho, com uma narrativa confusa, uma trama muito rasa e meio que sem pé nem cabeça, com um final que reflete exatamente o que senti do livro como um todo: ficou a desejar.
Achei a narrativa da autora um tanto quanto confusa, principalmente pelo fato de que ela não faz distinção entre as duas épocas em que a trama se passa: uma em 1972, e a outra nos dias atuais; o vaivém entre os tempos não é pontuado por datas. Você pode fazer essa distinção sabendo que os personagens juvenis James Lowe e Byron Hennings estão em 1972, e Jim, o adulto, está no momento presente. E a distinção acaba aí.
Outra coisa que ficou a desejar é o suspense. Achei-o fraco, quando perceptível, e inexistente, quando deveria ter sido pontuado pela autora. A trama envolvendo Diana, mãe de Byron, é o ponto chave da história, alicerçada por um fato paradoxal que James Lowe conta para Byron sobre uma alteração no tempo que ele leu ou viu em algum lugar, e que poderia causar alterações no tempo presente, ou no futuro; ou algo assim – se entendi direito o que a autora quis dizer. Tirando esse suspense, saber se Diana realmente fez o que fez quando Byron viu em seu relógio o tempo ser alterado, ou que ele imagina que foi alterado em dois segundos, é a espinha dorsal do livro. Tirando fora isso, toda a trama versa sobre a amizade e o cotidiano de Byron e Lowe. A parte sobre Jim, no tempo presente, não acrescentou nada, do meu ponto de vista.
Do que eu gostei do livro: A capa e toda a composição gráfica do livro, com os capítulos ilustrados com belíssimas xilogravuras. Também a questão da amizade, camaradagem e comprometimento entre os garotos Bryron e Lowe é tocante. Rachel Joyce explora bem esse aspecto e torna-o um dos pontos mais interessantes da sua narrativa. No entanto, a meu ver, não encontra força para sustentar a história fraca e carente de uma direção coerente.
O presente e o passado se entrelaçam lá pelos capítulos finais, criando um foco emocional único, fazendo-nos refletir sobre a maneira como nós lidamos com os acontecimentos do passado que influíram em nossas vidas de forma decisiva e traumática; ou simplesmente, como interagimos com nossos sentimentos em relação às outras pessoas.
A meu ver, para finalizar, Rachel Joyce quis mostrar em Operação Perfeito como as ações, os nossos atos, podem mudar completamente as nossas vidas tanto para o bem quanto para o mal e, muitas vezes, mudar radicalmente o destino de pessoas que amamos, como os nossos filhos, por exemplo. É o famoso adágio: ação e reação. Diana e Lowe geram uma ação que, na mente de Byron, causam um efeito que muda completa e radicalmente a sua vida para sempre. A mãe, com um ato descuidado e lamentável; o amigo, com uma teoria da qual nem mesmo ele tinha certeza se acreditava.
Apesar desse esforço da autora por criar um drama existencial que nos faça refletir sobre a importância de nossos atos, e a responsabilidade que temos de assumir responsabilidades pelas suas consequências; da importância de nossas amizades e do amor à nossa família; das sutilezas com que a vida nos ensina a viver neste mundo através de nosso cotidiano conturbado, Operação Perfeito me proporcionou uma leitura monótona e desgastante e não me encantou ou comoveu em momento algum.
Lamento não ter lido A Improvável Jornada de Harold Fry antes deste, pois assim, quem sabe, eu pudesse tecer uma comparação entre as duas narrativas e, com mais justiça, certamente, conceder à Rachel Joyce uma pontuação mais justa.
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