por Ronaldo D'Arcadia
Acredite no hype. Acredite no despertar da força.
Devo dizer primeiramente que O Despertar da Força é um grande filme, que ultrapassa barreiras de franquias e marcas. É realmente impressionante ver como o diretor J.J. Abrams conseguiu acertar em todas as suas escolhas com a maior moral do mundo.
Juntamente com o roteirista Lawrence Kasdan, ele construiu uma história clássica, que sem vergonha nenhuma de parecer repetitiva, se apropria com dignidade de praticamente tudo aquilo que fez de Star Wars um sucesso eterno: a irmandade dos personagens, com suas deixas famosas e temperamentos teimosos, as conveniências intergaláticas e, principalmente, aquela honestidade autoral que por vezes parece perdida nos dias de hoje. Não vou discorrer sobre a trama, mas tenha certeza que ela lhe parecerá algo extremamente familiar. E isso é bom, é muito bom.
Neste sétimo episódio da franquia, o senso de continuidade é perfeito. Visualmente tudo está incrível. Todo o conceito temático, apesar de expandido, se manteve totalmente fiel. Mesmo contendo efeitos especiais deslumbrantes, é possível perceber a atenção da produção (e necessidade) de se fazer da obra algo concreto, registrado em locações reais, com cenários enormes, construídos e detalhados milimetricamente, povoados por bonecos e animatronics complexos que são usados apenas por alguns segundos, e por aí vai. Aquela tecnologia avançada e ao mesmo tempo antiga da trilogia original, continua a mesma, melhorada na verdade, mas sem perder sua essência em momento algum.
Enquanto isso, John Willians se desdobra sobre seus temas clássicos, criando assim diferentes, mas ainda sim interligadas, linhas para os novos personagens. Melodias prontas para te acertar em cheio. O elenco, com um brilho especial nos olhos, entrega tudo que tem de melhor. Novos e clássicos, os personagens se encontram como iguais dentro do universo criado por George Lucas. Entre os novos queridinhos temos como destaques a jovem Rey (Daisy Ridley), o stormtrooper Finn (John Boyega), o piloto da Resistência Poe Dameron (Oscar Isaac), e o sombrio Kylo Ren (Adam Driver).
Enfim, Star Wars: O Despertar da Força funciona do início ao fim. Seus grandes trunfos são sua abertura e desfecho, ambos fortíssimos e muito bem amarrados. No segundo ato o ritmo desacelera um pouco, enquanto as novas linhas narrativas são apresentadas. Isso não chega a ser um problema. mas é algo perceptível. No entanto, como falei, o começo é sensacional e o final é melhor ainda. Esta pode parecer uma análise rasa, mas sem entregar nada da trama, é a melhor e mais honesta que eu posso dar. Posso dizer também que as escolhas deste Star Wars fizeram dele um trabalho importante, pontual, que quebra certos paradigmas, que vergonhosamente ainda existem.
Depois de assistir, depois de baixada a adrenalina inicial, percebi que, conforme o tempo passa, melhor o filme fica na minha memória. No momento em que você assiste, rola um turbilhão de emoções e a gente sai meio que anestesiado. Mas a história e seus acontecimentos continuam ali, fervilhando na cabeça, e você não vê a hora de poder assistir aquilo de novo. Se este será considerado um dos melhores filmes de toda a franquia, talvez o melhor até agora, somente o tempo dirá, mas levantar o questionamento não é algo tão absurdo. Obrigatório.
PS: Que a força esteja com vocês!
Star Wars: O Despertar da Força/ Star Wars: The Force Awakens: EUA/ 2015/ 135 min/ Direção: J.J. Abrams/ Elenco: Harrison Ford, Mark Hamill, Carrie Fisher, Adam Driver, Daisy Ridley, John Boyega, Oscar Isaac, Lupita Nyong'o, Andy Serkis, Domhnall Glesson, Anthony Daniels, Max von Sydow, Peter Mayhew, Gwendoline Christie
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