ISBN: 9788567296135
Ano: 2014
Páginas: 544
Tradutor: Ana Cristina Rodrigues
Editora: Saída de Emergência Brasil
Pontuação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Ano: 2014
Páginas: 544
Tradutor: Ana Cristina Rodrigues
Editora: Saída de Emergência Brasil
Pontuação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Há muito tempo as Grandes Guerras arruinaram o mundo e a humanidade foi forçada a competir com outras raças - gnomos, trolls, anões e elfos. No pacífico Vale Sombrio, o meio-elfo Shea Ohmsford pouco sabe de tais problemas, isso até que o druida Allanon lhe revelar que o supostamente morto Lorde Feiticeiro está tramando para destruir o mundo. A única arma capaz contra seu poder da escuridão é a Espada de Shannara, que pode ser usada apenas pelo herdeiro legítimo de Shannara. Shea é o último dessa linhagem e nele repousa a esperança de todas as raças. Por isso, quando um aterrorizante Portador da Caveira a serviço do mal voa até o Vale Sombrio, Shea sabe que começará a maior aventura da sua vida.
A Espada de Shannara é um livro de fantasia com quase 40 anos de estrada. Originalmente publicado em 1977, a série já rendeu mais de 30 livros relacionados ao nome Shannara e aos personagens que compõem a saga. Um feito estupendo para um autor que, no lançamento desse primeiro livro, foi duramente criticado por (segundo os críticos da época) ter algo parecido com O Senhor dos Anéis, de Tolkein.
Apesar das críticas injustas, em partes, eles tinham razão. Terry Brooks disse ter se inspirado muito na trilogia de Tolkein, do qual sempre fora um fã fervoroso. E isso, de certa forma, o aproximou bastante de Tolkein na hora de colocar no papel a sua fantasia dos Quatro Reinos e a saga da lendária espada de Shannara. Por outro lado, esse fato lhe rendeu a alcunha de “o sucessor definitivo de Tolkein”, por parte de outros críticos e fãs do gênero de fantasia.
É importante dizer aqui que, na ocasião em que A Espada de Shannra foi publicado, em 1977, os romancistas de ponta estavam voltados exclusivamente para histórias de ficção científica, terror e policial. Muito poucos se aventuravam nesse gênero literário, e os fãs de Tolkein, certamente, amargavam um imenso hiato entre a sua trilogia e a perspectiva de uma nova obra original. Desta forma, quando Brooks publicou seu livro, ele se tornou um sucesso estrondoso.
Mas e hoje, mais de trinta anos depois, depois de termos lido tantos livros de fantasia, entre eles a mega saga de fantasia medieval escrita por George R.R. Martin, que recentemente virou série de TV de sucesso. Em que pé fica A Espada de Shannara?
Do meu ponto de vista (e aqui vai a minha avaliação), este livro vai muitíssimo bem. A saga da lendária espada forjada por Urpox Screl, o melhor ferreiro dos Quatro Reinos, baseado numa fórmula do Velho Mundo compilada por Congline e encantada com a magia do igualmente lendário Druida Bremen, me encantou soberbamente. Adorei o livro como um todo, e gostei muito do fato de que toda a saga ocorre num futuro remoto, e não num passado longínquo e mitológico, como ocorre na maioria dos livros desse gênero literário. Depois do colapso global que quase extinguiu a vida no planeta Terra, os sobreviventes de uma humanidade quase extinta, espalhados pelo mundo destruído, reencontram o caminho do progresso e da civilização. Gradativamente os seres humanos descobrem que outras raças povoam o mundo em clãs distintos. Gnomos, Elfos, Trolls, Anões, criaturas do mundo astral, seres alados, criaturas monstruosas saídas de antigos e atuais pesadelos... uma galeria de seres que abrangem o mitológico, comumente visto em outras obras do gênero, e outras criaturas saídas da imaginação fértil de Brooks, garantem um ritmo de aventura, ação e fantasia só visto na trilogia criada por Tolkein (que, infelizmente, até hoje, só tive a oportunidade de conhecer através dos filmes, o que pretendo mudar em breve).
Pelo menos foi assim, na década de 1970. Obviamente que, no decorrer das outras décadas, outros escritores de fantasia surgiram na esteira da saga criada por Brooks. Inclusive o próprio George R.R. Martin.
Eu li, alguns anos atrás (bem antes da criação do meu blog) a trilogia A Viagem, de Terry Brooks, e me encantei com a mescla de fantasia com ficção científica. E na ocasião eu vi muitas referências à espada de Shannara e muitos personagens que, agora, tive a oportunidade de conhecer, como o Druida Allanon, os Ohmsford, Jerle Shannara, e a lendária espada, é claro, entre outros.
Dos personagens, adorei o príncipe e aventureiro Menion Leah; o herdeiro de Tyrsis, Balinor Buckhannah; os irmãos Shea (o meio elfo) e Flick (humano) Ohmsford; e o druida misterioso, Allanon. Além desses, obviamente, há uma gama bem grande de personagens que, a medida em que a narrativa evolui, vão surgindo e ajudando a compor a saga. Achei o Lorde Feiticeiro (Lord Warlock) bem sinistro e apavorante. A sua aparição, apesar de ser lá pela metade do livro, é arrepiante. Ele faz uma aparição digna de Darth Vader, em Star Wars. Ah, também me simpatizei muito com o Troll Keltset, e achei o seu companheiro de viagem, o ladrão Pannamon, um verdadeiro canastrão. Do lado do mal, claro, os gnomos e Portadores da Caveira estão bem caracterizados e cumprem perfeitamente o seu papel sinistro e maligno.
A Espada de Shannara está soberbamente bem escrito. Terry Brooks não poupa descrições de tudo, literalmente de tudo. Em alguns momentos ele até exagera um pouco, mas sua descrição de pessoas, das criaturas, das localidades, das lendas sobre as guerras antigas e da própria espada, são dignas de nota. Ele não descuida de absolutamente nada. Cada personagem, quer seja ele do lado do bem ou do mal, tem o seu momento particular de atuação. Shea Ohmsford não é o único em foco no decorrer da trama. Gradativamente os personagens, Allanon,Flick e Shea, se unem a outros pelo caminho: Menion, Hendel, Balinor, Durin, Dayel, Pannamon, Keltset, entre muitos outros. E, da mesma forma, por força maior, acabam seguindo caminhos distintos e encontrando outras personagens para ajudar a traçar o destino dos Quatro Reinos. Aventura, ação e reviravoltas é o que não faltam nesse livro. Além, obviamente, de fantasia da melhor qualidade.
Este livro é clássico. Assim como O Senhor dos Anéis marcou época ao reunir lendas mitológicas em um enredo fantástico, trazendo-nos personagens até então nunca vistos em um livro, misturando ação, aventura, lendas, terror e guerras titânicas, criando um gênero literário que rendeu milhares de livros, filmes, seriados e jogos de videogames, em todo o mundo, A Espada de Shannara marca o renascimento desse mesmo gênero, soterrado pela Guerra Friae os romances de ficção científica das décadas de 1950 e 1960.
Terry Brooks tem o mérito de ter trazido à vida o gênero fantasia e dado-lhe a verdadeira feição que a conhecemos hoje. Ele, certamente, se inspirou profundamente em Tolkein, e podemos ver isso claramente na de cenas do Capítulo XVI, bem como Orl Fane (o gnomo) são, para mim, referências mais do que indiscutíveis ao O Senhor dos Anéis. No entanto, eu vejo isso de forma positiva e até elogiosa. Ainda mais nos dias de hoje em que vemos centenas de escritores, amadores na maioria, aventurando-se infrutiferamente nesse gênero literário sem terem ao menos uma boa base de conhecimento do gênero ou, de quebra, ter jogado algum dos famosos games de fantasia (estilo RPG – Rolling Play Game). É lamentável que, esses autores pouco conhecidos e, a maioria deles, canhestros em sua tosca narrativa, consigam fazer algum sucesso inventando nomes esdrúxulos em tramas mirabolantes e insossas, pra dizer o mínimo, que não passam de sombras à sombra de Tolkein e Terry Brooks, entre outros do gênero que consolidaram sucesso.
Para finalizar, quero dizer que A Espada de Shannara não pretende fazer sucesso. Aos 37 anos, este livro é, ainda, sucesso indiscutível e absoluto. Terry Brooks recriou o gênero fantasia e o inseriu num contexto moderno e abrangente, extraindo do melhor da sua criatividade numa saga que já rendeu mais de vinte livros. Quanto escritores de fantasia, ou mesmo de ficção, hoje em dia, podem se gabar de uma feito idêntico?
Por fim, gostaria de ressaltar o excelente trabalho gráfico da Saída de Emergência. A capa, ilustração do artista Luis Melo, ficou show. É, a meu ver, uma das melhores capas desse tipo de livro já lançado aqui no Brasil. A diagramação e a composição gráfica do livro também merecem elogios, pois estão igualmente ótimos. A tradução deAna Cristina Rodrigues também merece destaque e, com isso, a Coleção Bang ganha mais um participante de peso para o seu catálogo.
Obviamente que esse é altamente recomendado, quer seja para os fãs de Tolkein (com ou sem comparações), fãs de fantasia e ficção, e para os jovens que estão procurando um ótimo livro de fantasia para iniciarem-se nesse gênero literário. Recomendado com toda certeza! E de quebra, já estou ansiosa pelo segundo volume, As Pedras Élficas de Shannara. Que venham mais livros de Brooks, pois estou ávida por mais!
Apesar das críticas injustas, em partes, eles tinham razão. Terry Brooks disse ter se inspirado muito na trilogia de Tolkein, do qual sempre fora um fã fervoroso. E isso, de certa forma, o aproximou bastante de Tolkein na hora de colocar no papel a sua fantasia dos Quatro Reinos e a saga da lendária espada de Shannara. Por outro lado, esse fato lhe rendeu a alcunha de “o sucessor definitivo de Tolkein”, por parte de outros críticos e fãs do gênero de fantasia.
É importante dizer aqui que, na ocasião em que A Espada de Shannra foi publicado, em 1977, os romancistas de ponta estavam voltados exclusivamente para histórias de ficção científica, terror e policial. Muito poucos se aventuravam nesse gênero literário, e os fãs de Tolkein, certamente, amargavam um imenso hiato entre a sua trilogia e a perspectiva de uma nova obra original. Desta forma, quando Brooks publicou seu livro, ele se tornou um sucesso estrondoso.
Mas e hoje, mais de trinta anos depois, depois de termos lido tantos livros de fantasia, entre eles a mega saga de fantasia medieval escrita por George R.R. Martin, que recentemente virou série de TV de sucesso. Em que pé fica A Espada de Shannara?
Do meu ponto de vista (e aqui vai a minha avaliação), este livro vai muitíssimo bem. A saga da lendária espada forjada por Urpox Screl, o melhor ferreiro dos Quatro Reinos, baseado numa fórmula do Velho Mundo compilada por Congline e encantada com a magia do igualmente lendário Druida Bremen, me encantou soberbamente. Adorei o livro como um todo, e gostei muito do fato de que toda a saga ocorre num futuro remoto, e não num passado longínquo e mitológico, como ocorre na maioria dos livros desse gênero literário. Depois do colapso global que quase extinguiu a vida no planeta Terra, os sobreviventes de uma humanidade quase extinta, espalhados pelo mundo destruído, reencontram o caminho do progresso e da civilização. Gradativamente os seres humanos descobrem que outras raças povoam o mundo em clãs distintos. Gnomos, Elfos, Trolls, Anões, criaturas do mundo astral, seres alados, criaturas monstruosas saídas de antigos e atuais pesadelos... uma galeria de seres que abrangem o mitológico, comumente visto em outras obras do gênero, e outras criaturas saídas da imaginação fértil de Brooks, garantem um ritmo de aventura, ação e fantasia só visto na trilogia criada por Tolkein (que, infelizmente, até hoje, só tive a oportunidade de conhecer através dos filmes, o que pretendo mudar em breve).
Pelo menos foi assim, na década de 1970. Obviamente que, no decorrer das outras décadas, outros escritores de fantasia surgiram na esteira da saga criada por Brooks. Inclusive o próprio George R.R. Martin.
Eu li, alguns anos atrás (bem antes da criação do meu blog) a trilogia A Viagem, de Terry Brooks, e me encantei com a mescla de fantasia com ficção científica. E na ocasião eu vi muitas referências à espada de Shannara e muitos personagens que, agora, tive a oportunidade de conhecer, como o Druida Allanon, os Ohmsford, Jerle Shannara, e a lendária espada, é claro, entre outros.
Dos personagens, adorei o príncipe e aventureiro Menion Leah; o herdeiro de Tyrsis, Balinor Buckhannah; os irmãos Shea (o meio elfo) e Flick (humano) Ohmsford; e o druida misterioso, Allanon. Além desses, obviamente, há uma gama bem grande de personagens que, a medida em que a narrativa evolui, vão surgindo e ajudando a compor a saga. Achei o Lorde Feiticeiro (Lord Warlock) bem sinistro e apavorante. A sua aparição, apesar de ser lá pela metade do livro, é arrepiante. Ele faz uma aparição digna de Darth Vader, em Star Wars. Ah, também me simpatizei muito com o Troll Keltset, e achei o seu companheiro de viagem, o ladrão Pannamon, um verdadeiro canastrão. Do lado do mal, claro, os gnomos e Portadores da Caveira estão bem caracterizados e cumprem perfeitamente o seu papel sinistro e maligno.
A Espada de Shannara está soberbamente bem escrito. Terry Brooks não poupa descrições de tudo, literalmente de tudo. Em alguns momentos ele até exagera um pouco, mas sua descrição de pessoas, das criaturas, das localidades, das lendas sobre as guerras antigas e da própria espada, são dignas de nota. Ele não descuida de absolutamente nada. Cada personagem, quer seja ele do lado do bem ou do mal, tem o seu momento particular de atuação. Shea Ohmsford não é o único em foco no decorrer da trama. Gradativamente os personagens, Allanon,Flick e Shea, se unem a outros pelo caminho: Menion, Hendel, Balinor, Durin, Dayel, Pannamon, Keltset, entre muitos outros. E, da mesma forma, por força maior, acabam seguindo caminhos distintos e encontrando outras personagens para ajudar a traçar o destino dos Quatro Reinos. Aventura, ação e reviravoltas é o que não faltam nesse livro. Além, obviamente, de fantasia da melhor qualidade.
Este livro é clássico. Assim como O Senhor dos Anéis marcou época ao reunir lendas mitológicas em um enredo fantástico, trazendo-nos personagens até então nunca vistos em um livro, misturando ação, aventura, lendas, terror e guerras titânicas, criando um gênero literário que rendeu milhares de livros, filmes, seriados e jogos de videogames, em todo o mundo, A Espada de Shannara marca o renascimento desse mesmo gênero, soterrado pela Guerra Friae os romances de ficção científica das décadas de 1950 e 1960.
Terry Brooks tem o mérito de ter trazido à vida o gênero fantasia e dado-lhe a verdadeira feição que a conhecemos hoje. Ele, certamente, se inspirou profundamente em Tolkein, e podemos ver isso claramente na de cenas do Capítulo XVI, bem como Orl Fane (o gnomo) são, para mim, referências mais do que indiscutíveis ao O Senhor dos Anéis. No entanto, eu vejo isso de forma positiva e até elogiosa. Ainda mais nos dias de hoje em que vemos centenas de escritores, amadores na maioria, aventurando-se infrutiferamente nesse gênero literário sem terem ao menos uma boa base de conhecimento do gênero ou, de quebra, ter jogado algum dos famosos games de fantasia (estilo RPG – Rolling Play Game). É lamentável que, esses autores pouco conhecidos e, a maioria deles, canhestros em sua tosca narrativa, consigam fazer algum sucesso inventando nomes esdrúxulos em tramas mirabolantes e insossas, pra dizer o mínimo, que não passam de sombras à sombra de Tolkein e Terry Brooks, entre outros do gênero que consolidaram sucesso.
Para finalizar, quero dizer que A Espada de Shannara não pretende fazer sucesso. Aos 37 anos, este livro é, ainda, sucesso indiscutível e absoluto. Terry Brooks recriou o gênero fantasia e o inseriu num contexto moderno e abrangente, extraindo do melhor da sua criatividade numa saga que já rendeu mais de vinte livros. Quanto escritores de fantasia, ou mesmo de ficção, hoje em dia, podem se gabar de uma feito idêntico?
Por fim, gostaria de ressaltar o excelente trabalho gráfico da Saída de Emergência. A capa, ilustração do artista Luis Melo, ficou show. É, a meu ver, uma das melhores capas desse tipo de livro já lançado aqui no Brasil. A diagramação e a composição gráfica do livro também merecem elogios, pois estão igualmente ótimos. A tradução deAna Cristina Rodrigues também merece destaque e, com isso, a Coleção Bang ganha mais um participante de peso para o seu catálogo.
Obviamente que esse é altamente recomendado, quer seja para os fãs de Tolkein (com ou sem comparações), fãs de fantasia e ficção, e para os jovens que estão procurando um ótimo livro de fantasia para iniciarem-se nesse gênero literário. Recomendado com toda certeza! E de quebra, já estou ansiosa pelo segundo volume, As Pedras Élficas de Shannara. Que venham mais livros de Brooks, pois estou ávida por mais!
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