sábado, 6 de fevereiro de 2016

SIA – THIS IS ACTING (2016)



sia this is acting capa

Neste disco, Sia dá corpo a composições feitas por ela para outros artistas


por brunochair
Mais uma vez, cá estou para falar sobre um álbum novo da cantora Sia. O último álbum, 1000 Forms Of Fearnão recebeu uma resenha positiva da minha parte. Achei o disco comercial demais, o ritmo do álbum e a própria perfomance vocal da Sia um tanto monotemática. No geral, um disco repleto de singles, dispostos a oferecer pouca vivacidade ao ouvinte. Mas, ok… vamos dar uma outra chance à cantora Sia. Comecei a ouvir o novo álbum dela, chamado This Is Acting. Será que desta vez ela superou as minhas expectativas?
Bom… antes de tecer alguns comentários sobre o disco, importante contextualizá-lo: This is Acting é o sétimo álbum de estúdio da cantora australiana. Para quem não conhece a carreira de Sia, importante saber que a artista, além de cantora, é também compositora bastante requisitada por artistas do mundo pop, como Beyoncé e Rihanna. E This is Acting reflete muito do trabalho de Sia como compositora, pois o álbum todo é constituído por canções que Sia havia escrito para outros artistas.
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“Bird Set Free”, por exemplo, foi escrita e composta em parceria com Adele. A música seria usada pela britânica em seu álbum 25. Porém, ao iniciar a gravação do disco, “Bird Set Free” ficou de fora, e Adele gentilmente ofereceu-a para Sia gravar. Enfim, todas as canções do disco passaram por histórias parecidas: músicas compostas por Sia e rejeitadas por artistas como Shakira, Rihanna, Beyoncé, Katy Perry.
Como as músicas foram escritas para outras artistas, então Sia precisou dar voz a muitas. Por isso, o nome do disco: This Is Acting. Como em uma peça teatral, Sia abre um leque de artistas, sensações e movimentos. Cada música torna-se um ato autônomo, dentro do universo do disco.
Feita essa digressão, afirmo minhas impressões sobre o disco: se considerava 1000 Forms Of Fear um disco comercial, This is Acting consegue ser mais comercial ainda. Há muitos singles dentro do disco com potencial midiático, radiofônico. Afinal, se a cantora havia escrito músicas especialmente para as cantoras acima citadas, não poderíamos esperar outra coisa que não essa característica massiva.
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Em 1000 Forms Of Fear, comentei sobre o disco ser “monotemático”. This is Acting também é, mas em termos: sim, a cantora continua desenvolvendo uma performance vocal muito parecida em todas as músicas. Nos versos e nas pontes, mantém um tom de voz normal. Porém, quando chega aos refrãos, ela solta a voz! Ela alcança algumas notas consideráveis em “Alive”, por exemplo. O problema é que, ao invés de ser uma experiência prazerosa ao ouvinte, traz mais repulsa do que aplausos. Os comentários dos dois outros resenhistas deste blog, senhores Lucas Scaliza e Gabriel Sacramento, foi: a Sia grita demais! E não deixa de ser verdade.
A outra crítica que fiz sobre 1000 Forms of Fear foi em relação à estrutura das músicas: considerava-as monotemáticas, também. Neste ponto, temos um avanço em This Is Acting, pois Sia consegue mostrar diversas facetas e possibilidades sonoras: tem músicas mais lentas (“One Million Bullets”), EDM’s bem animados (“Move Your Body”), mas também possui flertes com o reggae (“Cheap Thrills”, melhor música do disco na minha opinião) e com o R&B. Como todo álbum que funciona na base de singles, o disco perde intensidade da oitava música em diante. “Reaper” é a última música com boa intensidade. Após isso, temos singles bastante esquecíveis.
Enfim, não foi desta vez que a cantora Sia conseguiu despertar meu interesse por suas criações artísticas. Mais uma vez, digo que o problema não está na intencionalidade comercial de suas canções, e sim em dispensar todas as energias possíveis nisso. No meu ponto de vista, falta a ela ousar mais, inventar novos significados para a sua representação musical. Aguardemos novos atos.

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