Elizabeth Ross
ISBN: 9788576863076
Tradutor: Jorge Ritter
Ano: 2014
Páginas: 294
Tradutor: Jorge Ritter
Ano: 2014
Páginas: 294
Editora: Verus
Pontuação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
(★) Favoritado!
(★) Favoritado!
Na Paris da Belle Époque, tudo está à venda — inclusive a beleza. Quando Maude Pichon foge de casa, na provinciana Bretanha, e vai para Paris, seus sonhos românticos evaporam tão rápido quanto suas economias. Desesperada para arrumar um emprego, ela responde a um estranho anúncio de jornal — a Agência Durandeau está em busca de jovens pouco atraentes a fim de fornecer a suas clientes um serviço singular: uma moça sem graça contratada para acompanhar as damas da sociedade e fazê-las parecer mais belas. A condessa Dubern precisa de uma acompanhante para Isabelle, sua voluntariosa filha, e Maude é considerada o adorno perfeito para tornar a moça mais bonita. Isabelle nem desconfia de que sua nova “amiga” foi contratada pela mãe, e a mera presença de Maude entre a aristocracia depende de que consiga guardar esse segredo. No entanto, quanto mais ela conhece e se afeiçoa a Isabelle — uma jovem determinada a desafiar as expectativas da sociedade e a estudar ciências na universidade —, mais sua lealdade é posta à prova. E, enquanto a farsa persistir, Maude terá muito a perder. Belle Époque se passa no auge da boemia parisiense, quando a cidade efervescia, homens e mulheres estavam no ápice da elegância e a moral estava em franca decadência. Esta é uma história de coragem, paixão e desafio que se desenrola sobre o pano de fundo de um dos períodos mais importantes da história da Europa.
Sempre é um desafio começar uma resenha de um livro que mexeu comigo de uma maneira especial. É difícil achar as palavras certas para expressar o quanto gostei da leitura. E Belle Époque é um livro que me fez pensar muito em como iria começar a escrever esta resenha, e conseguir mostrar porque ele foi especial para mim. Não cheguei a uma conclusão, mas mesmo assim vou tentar fazê-los entender porque favoritei o livro e porque gostei tanto da leitura.
Primeiramente, eu adoro livros de época. Quando um livro têm em sua trama aprofundamento histórico eu simplesmente fico totalmente envolvida e imersa na leitura. Acho fantástico ser transportada não apenas para a história do livro, mas também para outra época, e conhecer mais detalhes sobre acontecimentos históricos. Belle Époque tem como pano de fundo, em paralelo com a trama central, a construção de uma das maiores construções do mundo e um dos monumentos mais amados e vistos também: a Torre Eiffel.
Durante o desenvolvimento da trama, Elizabeth Ross nos presentou com comparações sutis usando este monumento para mostrar como a beleza é relativa. A Torre Eiffel não era bem vista, não era querida e era considerada uma monstruosidade que manchava a boa aparência de Paris. Nem dá para acreditar que desprezavam algo que ficou eternizado como o cartão postal da cidade luz. Pois é aí que percebemos que algo que foi considerado feio e ridículo se tornou símbolo de beleza ímpar. Sim, meus caros, a beleza é muito relativa, e é um mero entendimento de quem a vê.
Maude Pichon é uma jovem de 16 anos que foge da Bretanha, atrás de seus mais inocentes sonhos, rumo à Paris. Mas a vida na bela cidade não é tão romântica e bela quanto ela esperava. Lutando para sobreviver e conseguir o mínimo para garantir sua subsistência, ela acaba arrumando um trabalho degradante e desgastante, mas nada que se compare à Agência Durandeau. Lá ela é contratada para ser uma repoussoir, que em uma tradução básica seria:repulsiva. Todas as moças que trabalham lá são contratadas por serem sem graça e até mesmo feias. Assim, sendo contratadas por pessoas da alta sociedade, andam ao lado de mulheres para realçar a beleza delas. Como uma folheta de metal é colocada por baixo de uma joia para realçar seu brilho.
Sendo contratada para um desses serviços, Maude nem imagina que seus sonhos irão alçar voo; que a filha de sua cliente, Isabelle Dubern e as meninas que trabalham junto com ela na agência irão mudar sua vida e o modo como a enxerga. O modo até mesmo como se enxerga.
Cada personagem têm sua personalidade, seus defeitos e qualidades expostos de forma que transcendem a aparência. Eles ficam nus diante de nossos olhos, expostos. Maude, sendo tão jovem e tendo tantos sonhos, acaba se deixando levar e comete alguns erros, mas no fim nos mostra que a força da verdadeira beleza pode superar tudo. Eu também gostei da amizade que se construiu entre ela e Isabelle. Gostei principalmente de Isabelle, que diferente de uma jovem frívola da época, tem sonhos e é ávida por ciência. Além de Marie- Josée que é uma personagem tão meiga e fofa, que supera sua "feiura" com tão bom humor, uma alma tão boa e gentil, que me comoveu em muitos momentos.
Elizabeth Ross teve a ideia de escrever seu livro a partir de um conto, o Les Repoussoirs, de Émilie Zola, onde há um empresário chamado Durandeau que abre uma agência ficcional de moças consideradas feias para poder chamar a atenção para a beleza de suas clientes. Elizabeth resolveu escrever sua história em um importante momento histórico da França. Não só isso, ela nos apresenta uma parte cultural muito importante para o desenvolvimento do livro.
Eu gostei tanto do livro, que tinha a impressão de estar lendo um conto de fadas. O desenvolvimento dos personagens e da história foi magnífico, além da narrativa de Elizabeth Ross que me encantou de várias formas. Acho que a forma como ela escreve foi o que me ganhou definitivamente, pois ela soube como contar uma história cheia de significados, sentimentos e nuances tão belas que você tem que olhar para cada pequeno detalhe e os apreciar, e depois juntá-los e ver que o conjunto formou algo muito especial.
Ao término de Belle Époque havia tantos sentimentos bons dentro de mim que senti como se houvesse feito uma grande amiga, e apreciado uma bela história, que aqueceu meu coração. O final é surpreendente e me agradou muito. Elizabeth nos presenteia com um livro que nos mostra como a beleza vive não pela aparência física ou nos ditames de regras e moda, mas sim em nossos corações. Ótima leitura, uma história tocante e inesquecível.
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