De começo promissor, apesar de todos os avisos contrários ligados à filmografia pouco prolífica de Breck Eisner – diretor que também brindou o mundo com Saara e Epidemia, remake de O Exército de Extermínio de George A. Romero -, O Último Caçador de Bruxas surpreende pela construção de cenários, figurinos, fotografia e ambientação, trazendo um ambiente que emula a Idade Média e elementos da mitologia nórdica de maneira tão pontual, que quase faz esquecer que o filme é protagonizado por Vin Diesel.
O nano ator careca vive Kaulder, um antigo predador de bruxas, que na primeira parte do filme tem um embate mortal com a Rainha Feiticeira (voz de Julie Engelbrecht) das criaturas maléficas, sofrendo a maldição de viver pela eternidade, a custo de conviver em um mundo com as criaturas que sempre odiou. Para azar seu e do público, as portadoras da magia passam a conviver pacificamente com os humanos, estabelecendo normas e um conselho controlador de seus atos. Ao lado de Kaulder há uma organização, da Cruz e Machado, que auxilia o homem bruto em sua caçada, designando sempre um “Dolan” para auxiliá-lo, focando neste momento na transição entre as figuras de Michael Caine e Elijah Wood.
É curioso notar como um pretenso sidekick pode se tornar a figura de um mentor, como ocorre com o Dolan de Caine, o único dos homens que “tocou” o coração duro do imortal. Outro ponto positivo é a harmonia dos detalhes mágicos com a modernidade, bem como a apresentação dos antagonistas.
Há uma forte aproximação da fita de algo minimamente aceitável em matéria de filme pipoca que trata de setores de fantasia, com uma direção de arte que faz até se relevarem alguns clichês narrativos incômodos, mas ao se aproximar do final, todo o drama passa a ser genérico, mesmo com o aporte de Chloe (Rose Leslie), que é uma personagem que tem um pouco de substância, mas que é desnecessariamente associada a par romântico do herói. As soluções em relação ao desfecho são muito fáceis, desembocando em um deboche bobo do próprio texto.
Após o embate entre os inimigos mortais, há um vergonhoso apelo a uma possível continuação, tornando fracos até os pontos positivos no drama de Kaulder, um espécime que até então era carismático e que cede aos apelos esdrúxulos de um personagem caça-níquel, cujo retorno é esperado para possíveis continuações. O Último Caçador de Bruxaschega muito perto de ser o melhor blockbuster de Breck Eisner, mas cai em erros primários de concepção, sendo ao final só mais um filho do meio, com um fechamento genérico e que não condiz com a trajetória que ensaiava ser interessante.
Leia Mais: http://www.vortexcultural.com.br/cinema/critica-o-ultimo-cacador-de-bruxas/#ixzz3pyHaLHB2
Nenhum comentário:
Postar um comentário