ISBN: 9788567028194
Tradução: Elisa Nazarin
Ano: 2014
Páginas: 288
Editora: Única
Pontuação: ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Uma história de amor, encontros e.... desencontros! Conheça Tess. Obcecada por roupas vintage, ela está sempre enrolada no emprego que detesta e em dúvida sobre seu namorado bonitão Dominic, que conheceu na universidade. Morando em um adorável apartamento com sua melhor amiga, Kirsty, ela poderia se considerar uma pessoa de sorte. Mas se sua vida é tão perfeita, por que ela se desfaz em lágrimas toda vez que pensa no futuro? Conheça George. Um músico brilhante que divide seu tempo entre brigar com os companheiros de sua banda de jazz e se preocupar com o pai doente. Mas ele sabe que a vida não é só isso. Deve haver mais alguma coisa. Algo especial. Tess e George são duas partes de um todo, almas gêmeas. Para a sorte deles, seus amigos em comum sabem que eles são feitos um para o outro. O problema é que eles não se conhecem e, sempre que a oportunidade aparece, a vida chacoalha os dois para longe. E agora? Se todos têm uma alma gêmea, como o destino faz para uni-los? Acompanhe a história divertida e apaixonante de Tess e George durante uma década de encontros malsucedidos, frustrações românticas e uma dúzia de recomeços. Uma vez na vida é uma comédia romântica moderna e inteligente sobre amizade, destino e oportunidades perdidas e reconquistadas!uer um — é que poderá seguir em frente e descobrir seu próprio caminho.
Pensei muito antes de começar esta resenha do livro Uma Vez na Vida, da autora inglesa estreante Marianne Kavanagh. Isso porque esperava mais do livro como romance, que muitas vezes foi morno demais. Eu gosto muito do tema almas gêmeas, então esperava algo mais profundo e envolvente.
Nesta comédia romântica, conhecemos dois jovens: Tess e George. Eles moram em Londres, compartilham de amizades em comum, porém nunca foram apresentados um ao outro pelos amigos. Destes amigos em questão, dois em particular, Kirsty e Rhys, acham que os jovens têm muito em comum e que são verdadeiras almas gêmeas. Por isso acabam fazendo várias tentativas de aproximá-los quando percebem que eles nunca se encontraram. Mas estas tentativas nunca dão certo. O destino também faz com que eles se cruzem várias vezes, em variadas situações, sem que nunca fiquem cara a cara. E assim os anos vão se passando.
Durante este tempo, Tess se apega ao relacionamento prático e morno que tem com seu namorado, Dominic, da época da faculdade. Acaba indo morar com o rapaz, mas sempre sentindo-se um tanto triste e não merecedora de alguém como ele (perfeito) e vai levando a relação; assim como leva a vida profissional que não queria, já que seu sonho sempre foi ter uma loja de roupas (e afins) vintage, pois ela é fissurada e entende tudo da moda dos anos 1940.
George, por sua vez, adora jazz, principalmente dos anos 1940, e toca piano numa banda com seus amigos Mo,Rhys e Walter (banda que está difícil de decolar). Ele acaba conhecendo Stephanie, uma jovem advogada em ascensão, e entra em um relacionamento confortável, que aos poucos vai dominando todos os aspectos de sua vida, afastando-o lentamente de seus amigos e de suas aspirações musicais. E assim com a ajuda do destino (que muitas vezes parece estar contra nós), até sua banda se desfaz, e logo que sua namorada recebe uma promoção em que mudará de Londres para Nova York, ele segue junto à ela. Desta união nasce Mia, a nova luz em seu caminho. Já que tudo pelo que sonhou parece perdido, ele se apega com muito amor à pequena filha.
Tess é uma boa pessoa, muito amiga, só a achei um tanto insegura com relação às coisas que realmente quer. Teimosa, muitas vezes, desnecessariamente, com coisas que não a tornam realizada e feliz. Me decepcionei um pouco com a personagem. George é um cara legal, bom pai, ótimo musicista... só que quando afunda, meu Deus, só consegue continuar se afundando mais e mais, e apesar de gostar do personagem, esperava algo mais. Stephanie é detestável (peçonhenta), egocêntrica e manipuladora. Dominic é um cara bonitão, inteligente, confiável, mas é metódico demais, morno e muito voltado para a profissão, nada romântico. Apesar de tudo ele gosta realmente deTess, e em certo momento até cheguei a simpatizar com ele. Kirsty, que não só é a melhor amiga de Tess, como também sua colega de apartamento por muitos anos, foi a personagem que mais gostei. De todos é a que mais amadurece no decorrer dos anos.
Uma coisa que me fez refletir no livro é que, muitas vezes culpamos outros por decisões que só cabiam a nós mesmos, ou pelas decisões que nem tomamos. E esta é uma das mensagens mais bacanas que o livro passa. Afinal, nós somos donos do nosso destino, e temos que acreditar e lutar por nós mesmos.
A gente diz essas coisas, não é? Mas nunca é realmente verdade. A vida lhe pertence, não é de ninguém mais. Na maioria das vezes, a única coisa que nos impede somos nós mesmos.
Achei a narrativa de Marianne é fácil, e mesmo o livro não tendo capítulos (com exceção dos que indicam o ano em que está se passando a história), não chega a prejudicar a leitura ou a compreensão da história, mas que me fez demorar um pouquinho mais para ler.
O que me incomodou realmente é que achei a história toda muito morna. A autora, claro, colocou muito da cultura inglesa no livro, até mesmo no modo como os personagens agem e situações acontecem. Não consegui me empolgar com a história, ou com os personagens. E o romance foi muito fraco. Quando finalmente o romance se desenrola, não convence! É muito rápido e fugaz, e o envolvimento deles deixou a desejar. As cenas finais até que são bonitas e compreensíveis no contexto da história de Tess e George, só faltou um aprofundamento.
Outro detalhe é que ocorrem muitas situações em que Tess e George quase se esbarram, e algumas ficaram até interessantes, que poderiam ter sido até engraçadas. Mas o problema é que algumas ficaram muito forçadas. Eu queria ter me divertido e me envolvido mais com a leitura!
Também não concordo com a forma que Tess enxerga as almas gêmeas. Para ela é praticamente como estar incompleto e incapaz de alcançar seus objetivos, como ser viver só tem sentido se estiver ao lado da sua cara metade. NÃO! Acho sim, que ao estar ao lado da pessoa que te ama realmente, e que te compreende, e ao qual você retribuí você pode mesmo alcançar seus objetivos, pois um dará força para o outro, mas isto não quer dizer que não ocorrerá problemas ou que não haverá empecilhos. E que sem a pessoa amada você não possa alcançar seus sonhos, o melhor para si mesmo, e ser feliz. Acho que temos que nos bastar, sermos completos e plenos, para então poder completar o outro. Temos que nos bastar e sermos felizes por nós mesmos, nunca em dependência do outro.
Fora isso a linguagem do livro me lembrou alguns filmes cult e/ ou ingleses que já assisti, o que facilitou para entender o modo como a mente da autora funcionou, e que me deu uma certa nostalgia. E tenho que parabenizar a tradutora, pois teve momentos em que eu ficava sem saber o que alguma coisa ou frase queria dizer, e suas observações no rodapé facilitaram a leitura.
Não gostei muito da capa, mas a diagramação está ótima. Apenas ressalto um detalhe: os diálogos são entre aspas, o que muitos não gostam em uma leitura, mas que não prejudica no entendimento.
Por fim, Uma Vez na Vida é um livro que tinha tudo para ser muito divertido e até mesmo emocionante, mas foi morno, de forma geral. Apesar de tudo, tirei o melhor da leitura e consegui ter bons momentos de distração. Uma Vez na Vida é o tipo de leitura despretensiosa, sem compromisso, ótima para uma tarde de chuva e uma boa caneca de café.
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